O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, afirmou nesta quarta-feira (2) que o líder de oposição Alexei Navalny foi envenenado utilizando uma substância do tipo novichock – termo que engloba neurotóxicos desenvolvidos pela União Soviética na década de 1970.
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O opositor russo foi internado em 20 de agosto em Omsk, na Rússia, e foi transferido para o hospital Charitè, em Berlim, três dias depois.
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Seibert informou que o grupo hospitalar enviou amostras de sangue de Navalny para um laboratório especial do Exército alemão. O resultado, conforme o representante, «não deixa nenhuma dúvida» da presença da substância no corpo do russo.
Desde que foi internado em Berlim, os médicos alemães informaram que acreditavam que uma neurotoxina tinha sido dada a Navalny por conta da detecção da redução dos inibidores da colinesterase. Apesar de dizer inicialmente que encontraram uma substância tóxica, os médicos russos voltaram atrás e disseram que essa alteração na colinesterase tinha sido causada por uma desordem metabólica.
Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que o governo de seu país não teve acesso aos resultados dos exames clínicos e que desconhece a informação.
Nesta quarta, sete ministros do gabinete de Angela Merkel se reuniram para deliberar os próximos passos do governo alemão sobre o caso.
Veneno russo
Os venenos novichok foram utilizados contra diversos adversários do governo local ao longo das décadas, inclusive o ex-espião Sergei Skripal. Esse tipo de substância pode ser usada de diversas formas, sendo a inalação a mais comum, e causa efeitos rápidos – em alguns casos, em apenas 30 segundos após o contato. Entre os sintomas estão desde vômitos até convulsões e morte.