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Itália aprova € 25 bilhões contra epidemia

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O governo italiano aprovou nesta segunda-feira (16) mais um decreto para combater a epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no país. A medida é chamada de «Cura Itália» e prevê medidas para enfrentar os efeitos da emergência na economia.

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Inicialmente, o plano era fazer um decreto com medidas totalizando 12 bilhões de euros, mas, segundo o ministro da Economia da Itália, Roberto Gualtieri, o governo decidiu usar todo o endividamento extra aprovado pelo Parlamento: 25 bilhões de euros.

«É uma manobra econômica poderosa. Não queremos combater uma enchente com trapos, estamos tentando construir uma represa para proteger famílias e trabalhadores», disse o premiê Giuseppe Conte, em coletiva de imprensa em Roma.

Segundo Gualtieri, o decreto prevê 10 bilhões de euros para garantir postos de trabalho e evitar que pessoas sejam demitidas devido à paralisia econômica gerada pela epidemia. Mais 3 bilhões de euros serão usados para ajudar profissionais autônomos, e outros 3,5 bilhões de euros serão destinados ao sistema sanitário nacional e à Defesa Civil.

«O governo está ao lado das empresas, dos profissionais, das famílias, de homens e mulheres, dos jovens que estão fazendo sacrifícios enormes em nome de um bem maior. Ninguém deve se sentir abandonado, e esse decreto demonstra isso», garantiu Conte.

O primeiro-ministro, no entanto, reconheceu que o decreto não será suficiente. «Precisaremos adotar medidas para o tecido econômico e social e um plano de investimentos com uma rapidez que nosso país nunca viu», acrescentou.

O governo também suspendeu todos os concursos públicos por pelo menos dois meses e determinou que o trabalho à distância será o padrão no setor público enquanto durar a emergência. Além disso, a ministra do Trabalho da Itália, Nunzia Catalfo, afirmou, sem entrar em detalhes, que o decreto inclui uma «intervenção para a Alitalia», que vive grave crise financeira e pode ter sua recuperação afetada pela redução forçada das atividades.

Para garantir os recursos, o governo terá de aumentar em mais de 1% do PIB sua meta de déficit fiscal para 2020, o que violará as normas orçamentárias da União Europeia. Bruxelas, no entanto, já prometeu que será flexível ao analisar as contas italianas. Até o último domingo (15), o país contabilizava quase 25 mil casos do novo coronavírus, segundo a Defesa Civil, e 1,8 mil mortes.

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