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Metrô fecha no meio do dia e GDF corta ponto de grevistas

Passageiros deram de cara com grades | raphael veleda/metro brasília

A decisão judicial determinando que 90% dos trens do Metrô circulassem no horários de pico durante a greve iniciada nesta quinta-feira pelos metroviários não garantiu nenhuma tranquilidade aos cerca de 170 mil passageiros diários do serviço. O sindicato que representa a categoria não cumpriu a decisão e o serviço até foi oferecido, mas de maneira precária. Pela manhã, nem todas as estações abriram – Asa Sul e Guariroba, por exemplo, só tinham desembarque. E, ao meio dia, todas os acessos foram fechados – sem aviso prévio.

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O serviço foi retomado parcialmente no fim da tarde e o problema deve persistir hoje, pois sindicalistas e governo não evoluíram no diálogo e a greve está mantida por tempo indeterminado.

Os metroviários exigem mais nomeações de concursados – 63 já foram convocados e há a previsão de mais contratações – e o cumprimento de um acordo salarial feito ainda no governo de Agnelo Queiroz (PT), de reajuste de 8,4% para a categoria.

Na questão salarial, o GDF diz que não pode ceder. “Apesar de ter saído do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo ainda está em situação de atenção e não há condições de se implementar despesas de caráter continuado sem uma nova fonte de receita”, informou a Casa Civil, em nota. “O que nos disseram, na reunião de negociação, foi que não poderiam abrir esse precedente devido às reivindicações de outras categorias”, conta Renata Campos, diretora de Comunicação do Sindicato dos Metroviários.

População refém

Em meio ao impasse, os passageiros sofrem. O autônomo Genésio Silveira, 35, que trabalha com programas de computador para pequenos comércios, diz que usa o Metrô diariamente para ir de Ceilândia ao Plano Piloto. “Como ia ter greve, já tinha pedido o carro emprestado para minha mãe, mas desisti depois que o governo anunciou que tinha conseguido barrar a greve na Justiça”, conta ele. “Vim de metrô e agora preciso voltar para Águas Claras, mas dei de cara na porta. É lamentável”, contou, na porta da estação Galeria, por volta das 13h de ontem.

Apesar da determinação pelo governador do corte do ponto, o sindicato informou que não irá cumprir a decisão judicial.

O Metrô informou, por nota, que “fará o possível para disponibilizar o transporte das 6hàs 10h e das 16h30 às 20h30”.

A greve prejudica a população e também deixa apreensivos os candidatos que vão fazer o segundo dia de provas do Enem, no próximo domingo.

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