O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, disse nessa quarta-feira (24) que um eventual cumprimento de ordem de prisão contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser “bem trabalhado” para evitar desgastes. Segóvia confirmou que a PF já planeja a ação. A informação foi publicada nesta quinta-feira (25) pelo portal Poder360/Drive.
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Caso Lula não consiga um habeas corpus ou efeito suspensivo em tribunais superiores, a prisão deve ser pedida em qualquer momento após votados todos os recursos do petista no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
Segovia disse ao portal que seria melhor se o ex-presidente se entregasse espontaneamente. Seria uma prisão “mais pacífica”. “Deve ser algo bem mais trabalhado para que não haja o mesmo desgaste [de quando Lula foi conduzido coercitivamente para depor]”, disse ao site.
Na semana passada, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse também ao Poder360 que seria preciso “matar gente” para prender Lula.
O uso da força policial para conduzir Lula a prestar um depoimento em 4 de março de 2016 serviu para medir a temperatura da reação popular naquele dia, quando era deflagrada a 24.ª fase da Lava Jato, a chamada Operação Aletheia.
O petista foi recolhido em casa por agentes da PF e levado a prestar depoimento em uma sala da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Na época, o juiz Sérgio Moro alegou que a condução seria para “evitar tumultos”, acatando pedido do MPF. Mesmo assim, houve confronto entre pessoas contra e a favor do ex-presidente.
Em fevereiro daquele ano, também houve empurra-empurra e bate-boca entre militantes quando havia sido marcado depoimento de Lula no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. A audiência acabou sendo suspensa.
Nessa quarta-feira (24), Lula foi condenado, por unanimidade, em segunda instância, pela 8ª Turma do TRF4, a 12 anos e um mês, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo sobre o triplex localizado no Guarujá (SP).