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‘Falta de água será resolvida até o verão’, diz prefeito de Santo André

Alessandro Valle/ABCdigipress

Em  meio a novos protestos por conta de falta d’água constante desde o início do ano, o prefeito de Santo André, Paulinho Serra (PSDB), promete entregar ainda neste mês plano de investimentos que será responsável pelo fim definitivo do problema. O cronograma proposto prevê obras nos locais mais críticos da cidade ainda em julho para que no próximo verão, quando há aumento no consumo, não haja mais queixas. “Não vou me conformar passar quatro anos [como prefeito] e não deixar como legado a solução definitiva da água. A situação enfrentada hoje é fruto da incompetência dos últimos 10 anos”, afirma.

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O prefeito diz que as tubulações são antigas. “Quando há interrupções pontuais, a cidade demora para reestabelecer o fornecimento por conta do risco de se aumentar a pressão da água e estourar as tubulações.” Foi o que ocorreu no mês passado, quando a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) reduziu o volume distribuído por problemas na qualidade da água. O serviço logo se normalizou em São Bernardo, também afetada pela interrupção, mas bairros de Santo André demoraram até cinco dias para ver água novamente nas torneiras.

Semasa X Sabesp

De acordo com Serra, o investimento necessário é de cerca de R$ 400 milhões no sistema de abastecimento de água, o que só sairá do papel com auxílio da Sabesp.

Atualmente, Santo André é uma das poucas cidades da Região Metropolitana de São Paulo que realiza a gestão própria do abastecimento. Para isso, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) precisa comprar água no atacado da Sabesp. Desde a década de 1990, a autarquia não faz o pagamento integral do produto por discordar do preço. A Sabesp cobra dívida de R$ 4 bilhões da cidade, valor que ultrapassa o orçamento anual de Santo André, estimado neste ano em R$ 3,36 bilhões.

Desde o início de sua gestão, em 2017, Serra negocia  com a Sabesp como resolver o impasse. Uma opção já adotada em outras cidades que enfrentaram o mesmo problema, como Diadema e  Guarulhos, é passar a gestão de água e esgoto para a companhia.

O prefeito diz que o modelo a ser adotado para Santo André ainda não foi definido, mas pode envolver gestão mista do serviço.

Além dos R$ 400 milhões para a água, a negociação envolve outros R$ 300 milhões para coleta e tratamento do esgoto. “O Semasa é forte, importante para a cidade nos resíduos sólidos e questões ambientais, mas perdeu a capacidade de investir. Sem a Sabesp, não tem como resolver [o problema da água].”

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