Brasil

Cabral negocia e Adriana Ancelmo cogita acordo de delação

O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e a mulher dele, Adriana Ancelmo, estão querendo abrir a boca para denunciar crimes de pessoas que as operações da Lava Jato e seus desdobramentos ainda não alcançaram. O político já está negociando um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), enquanto a ex-primeira-dama faz consultas com advogados sobre a possibilidade de também se tornar delatora, revelou ontem a colunista da BandNews FM Mônica Bergamo.

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O objetivo é tentar obter uma redução da pena, em caso de condenação pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Para conseguir o benefício, o casal estaria disposto a revelar, por exemplo, irregularidades envolvendo o Poder Judiciário, tanto na esfera estadual, quanto na federal, o que levaria a força-tarefa a outro patamar além dos poderes Executivo e Legislativo.

O primeiro dia de Adriana em prisão domiciliar, ontem, foi ao som de muitas buzinas e apitos como forma de protesto. Ela deixou o presídio Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste, na noite de quarta-feira, quando voltou para o apartamento do casal na quadra da praia no Leblon, na zona sul. Indignado com o benefício concedido à advogada, um grupo de manifestantes criou um revezamento em turnos e pretende permanecer no local por tempo indeterminado.

O aposentado Leonardo Albuquerque saiu da Barra da Tijuca, na zona oeste, e carregava cartaz mandando recado: “Silêncio, ex-detenta precisa repousar”. “É um cartaz civilizado”, ironizou e completou: “Estou na luta social, reivindicando os direitos de todo cidadão civilizado, que paga impostos a vida inteira.”

A poucos metros da residência da ex-primeira-dama, a comerciante Marconeides de Oliveira elaborou um abaixo-assinado mostrando a insatisfação da vizinhança. Ela pretende deixar na porta da casa de Adriana: “Uma coisa me chamou muito a atenção, o que uma senhora que mora na Baixada Fluminense escreveu ao assinar o documento: ‘Eu não vou esquecer que você roubou a merenda escolar do meu filho e ele ficou sem’.”

Presa em dezembro, a mulher de Cabral recebeu o benefício de prisão domiciliar porque a Justiça acatou o pedido da defesa de que seus filhos, de 10 e 14 anos, não poderiam ficar sem os pais, já que Cabral está preso em Bangu 8. 

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