Estilo de Vida

Fabricante de sutiãs da rainha Elizabeth 2ª perde chancela real

A empresa de Rigby & Peller teve a permissão para usar o brasão da monarquia retirada após livro que conta detalhes de provas de lingerie no palácio.

A empresa que fornecia a lingerie da rainha Elizabeth 2ª perdeu a chancela real após lançar um livro que revelava detalhes dos tamanhos de busto da realeza.

A marca de luxo Rigby & Peller, fundada em Londres, tinha o mandato para fornecer as peças de roupa da família real desde 1960.

Mas o selo de fornecedor da realeza foi retirado da empresa depois que a proprietária, June Kenton, que fazia a prova dos sutiãs da rainha, lançou um livro chamado Storm in a D-Cup (Tempestade numa taça tamanho D, em tradução livre).

Recomendados

  1. O que aconteceu com os fuscas comprados por Maluf com dinheiro público para presentear os jogadores da Copa de 70
  2. Fósseis mostram que as borboletas são bem mais antigas do que se pensava

Kentou disse que não há "nada que possa irritar alguém" no livro e que a decisão do palácio de Buckingham é "inacreditável". O palácio disse que não fará "comentários sobre empresas específicas".

Em um comunicado, a Rigby & Peller disse estar "profundamente triste" com a decisão e afirmou que prefere "não dar mais detalhes sobre o cancelamento por respeito a Sua Majestade a Rainha e à Associação dos Titulares da Chancela Real".

A associação diz que entre 20 e 40 selos são cancelados todos os anos – e um número semelhante de selos é distribuído.

‘Honrada’

June Kenton, de 82 anos, havia comprado a Rigby & Peller com seu marido em 1982 por 20 mil libras. Em 2011, ela vendeu a maior parte das ações, mas continua no conselho da empresa.

Como corsetiere (costureira especialista em sutiãs) da rainha, Kenton já trabalhava na empresa e fazia visitas regulares ao palácio de Buckingham. Ela também trabalhou para outros membros da família real, incluindo a Rainha Mãe e a princesa Margaret.

Seu livro autobiográfico foi publicado em março de 2017 e dava detalhes de suas visitas.

Ela afirmou que, há seis meses, o palácio a informou que "não havia gostado do livro" e que ela perderia a chancela real.

"Eu só disse que fui lá (no palácio de Buckingham), e não o que aconteceu. Eu nunca falei sobre o que faço lá com ela ou com a Rainha Mãe ou com a princesa Margaret", afirmou Kenton.

"É muito triste isso acontecer no fim da minha vida, mas o que eu posso fazer? Não quero brigar com o palácio e não conseguiria, mas é difícil."

A empresária, que começou a trabalhar para a rainha no início dos anos 1980, está na indústria de lingerie há mais de 60 anos. Segundo ela, o livro é apenas uma "história gentil sobre o que aconteceu na minha vida".

"Durante toda a minha vida eu fui honrada, é inacreditável que eles não tenham gostado do livro", lamenta. "Talvez eu devesse ter mandado para eles antes, mas não achei que seria necessário."

A Associação dos Titulares da Chancela Real ainda não respondeu às questões da BBC sobre o assunto.

  1. A nova cartada da Malásia para tentar resolver mistério sobre voo MH370, desaparecido há 4 anos

O que é chancela real?

Há séculos, a chancela real é distribuída a pessoas e empresas que fornecem bens e serviços à monarquia britânica.

A honra é concedida a um indivíduo e lhe dá permissão de usar o Real brasão de Armas do Reino Unido – e a responsabilidade por esse uso – em conexão com a marca da empresa. A decisão sobre quem a recebe é do monarca.

A permissão não é dada, no entanto, a prestadores de serviço como banqueiros e advogados, ou a publicações como jornais e revistas.

Atualmente há três pessoas, chamadas de outorgantes, que podem conceder a chancela real: a rainha, o Duque de Edinburgo e o príncipe de Gales.

As empresas podem se candidatar à Associação de Titulares da Chancela Real depois de fornecerem bens e serviços à família real por um período de pelo menos cinco anos. Atualmente, 800 têm a permissão.

A chancela é revisada a cada cinco anos e sua renovação depende do quanto aqueles serviços são usados pela monarquia.

A famosa loja de departamentos Harrods também teve a chancela retirada em 2000, pelo príncipe Philip, o duque de Edinburgo.

A razão alegada por um porta-voz do palácio era uma "queda significativa na relação comercial" entre o príncipe consorte e a loja.

No entanto, a BBC apurou que o príncipe Philip irritou-se com as afirmações feitas pelo então dono da empresa, Mohamed Al-Fayed, acusando o duque de planejar o acidente de carro que matou a princesa Diana e seu filho, Dodi Al-Fayed, em 1997.

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos