Estilo de Vida

Um lugar em São Paulo para quem quer comer bem, descansar e se divertir em incríveis tirolesas

O friozinho está aí e quem mora em São Paulo e busca um lugar legal para curtir o fim de semana, seja acompanhado ou com a família, não precisa ir muito longe para dar uma desacelerada no passo e entrar em contato com a natureza.

Em Ibiúna, a 76 quilômetros da capital ou a duas horas de carro partindo do centro da cidade, um hotel com jeitão de fazenda tem investido em uma alimentação saudável e apostado no turismo sustentável e de aventura para atrair e fidelizar o público.

No SPaventura Ecolodge, que ocupa uma área de 300 hectares em meio à mata atlântica o equivalente a cerca de 300 campos de futebol – tudo foi pensado para ser o mais natural possível e isso, dos chalés em madeira, que recebem e acomodam os hóspedes e contam com sistemas de captação e reaproveitamento de água de chuva, à comida que vai à mesa.

Tanto as verduras e legumes quanto as frutas têm origem orgânica.

O que isso significa? Que tudo o que chega aos hóspedes vem da terra e é produzido por lá de maneira natural mesmo: sem agrotóxicos e conservantes, itens normalmente encontrados em produtos que compramos nos supermercados no dia a dia.

Até mesmo parte da carne que é servida, como aves e suínos, é natural: os animais são criados na fazenda sem hormônios e abatidos no tempo certo. Uma baita diferença nas refeições.

Experiência própria
No hotel, que trabalha em um esquema de pensão completa (café da manhã, almoço, café da tarde e jantar), os alimentos preparados pelo chef Uedilami Bandeira Santana têm algo especial: o sabor.

Sim, a comida tem gosto, gente. E um gosto saboroso diga-se de passagem.

De manhã, a surpresa está nos bolos e pães naturais produzidos com os ingredientes da fazenda. O de ervas me conquistou, confesso. Os sucos de frutas e o leite tirado da vaca ainda no primeiro horário também não deixam a desejar, reforçando aquele gostinho especial que só a vida no campo oferece. Mas é preciso esperar o almoço para entender o sabor que as verduras realmente têm.

Crocantes e com cores vibrantes, as saladas praticamente dispensam temperos. Uma surpresa e tanto para pessoas que, assim como eu, sobreviveram aos anos 1980 e 1990 à base de muito doce, refrigerante e congelados de todo o tipo, e que demoraram anos para adquirir um paladar mais saudável e aprender a apreciar esse tipo de alimento.

O bê-á-bá dos orgânicos

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  1. O que são? São alimentos cultivados sem insumos artificiais, como adubos químicos e agrotóxicos; drogas veterinárias; hormônios; antibióticos ou organismos geneticamente modificados.
  2. Por que custam mais? Por serem produzidos em baixa escala e terem tempo de colheita superior aos plantados com produtos químicos, os orgânicos são mais caros. Lei da oferta e da procura: se a demanda é alta e a produção é baixa, o preço sobe.
  3. É orgânico mesmo? Para saber se o produto é realmente natural e livre de agrotóxicos, veja se o mesmo é certificado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No varejo, os alimentos apresentam um selo federal de «Certificação por Auditoria» emitido pelo SisOrg. Já na feira, o produtor deve apresentar, sempre que requisitado, um documento para atestar a origem do produto.

 

ENTREVISTA

Uedilami Bandeira Santana, chef de cozinha do SPaventura Ecolodge conta ao Metro Jornal um pouco mais sobre os orgânicos produzidos no hotel e como se dá o preparo dos alimentos antes de irem à mesa.

O que é plantado por aqui?
Temos uma diversidade de verduras, legumes, temperos e frutas produzidas de maneira natural e sem o uso de químicos ou conservantes. São cinco tipos de alface (lisa, crespa, roxa, americana e romana), além de rúcula, repolho, brócolis, tomate, cenoura, rabanete e outros itens. Os temperos também vem daqui. Temos salsinha, cebolinha, manjericão, alho-poró. Se vai na salada, a gente tem.

Julho é época de quê?
De morangos, cenoura, mexerica e laranja. O cultivo, em geral, é guiado pelas estações, mas existem exceções. As folhas, por exemplo, são cultivadas o ano inteiro. Para isso trabalhamos com mais de um canteiro para suprir a demanda do hotel. Aquilo que não produzimos solicitamos aos nossos vizinhos da região, que também trabalham com orgânicos.

O orgânico é melhor?
Por ser cultivado de maneira natural, sem o uso de agrotóxicos, ele é mais saudável, saboroso e crocante. Sua cor é mais vibrante, natural. O fato dele ser servido logo após a colheita também o torna mais fresco que os demais.

E como ele chega à mesa?
Todos os dias, bem cedo, informamos a quantidade e quais as verduras e legumes iremos precisar considerando o total de hóspedes. O alimento é então colhido pela manhã e enviado à cozinha, limpo e utilizado nos pratos que serão servidos. Para que nunca falte orgânicos à mesa, consideramos a quantidade mensal de turistas que recebemos no hotel para guiar a nossa produção de alimentos.

 

Veja a galeria:

 

Não é só comida não!
E a boa alimentação não é a única atração. Por lá, uma série de atividades ao ar livre prometem entreter os turistas que buscam lazer ou apenas exercícios para queimar as calorias adquiridas com as saborosas refeições oferecidas pelo hotel.

Nas imediações do espaço gourmet, por exemplo, dá para bater uma bola, praticar slackline, jogar badminton, frisbee e até treinar a pontaria no arco e flecha.

Para os atletas profissionais – e também para os amadores – há ainda uma área superbacana e coberta dedicada exclusivamente à prática esportiva, com piscina semiolímpica, quadra de squash e ginásio poliesportivo. A opção é uma boa para entreter jovens, adultos e crianças, especialmente nesta época do ano, de baixas temperaturas.

No lago, quem não tem medo de se molhar no frio também encontra atrações para se divertir. Da pescaria esportiva ao stand up paddle, caiaque e waterline (uma espécie de slackline sobre as águas do lago) não há muito como ficar parado.

E se turismo esportivo não for muito «a sua praia», não se preocupe. O melhor ainda está por vir. Para os aventureiros de plantão, que gostam de fortes emoções e adoram apreciar a natureza, o circuito promete. São 35 km de trilhas em meio à mata, vistas de tirar o fôlego, quatro cachoeiras e três tirolesas capazes de deixar muito marmanjo tremendo de medo.

A tirolesa do Voo do Gavião é, sem dúvida, a mais atrativa do local. Localizada há quase 200 metros de altura, ela atravessa o vale em meio à mata em um percurso de 580 metros.

Diferente de outras tirolesas mais tradicionais nessa o hóspede vai deitado e de braços abertos, como um gavião. A descida dura 45 segundos e a velocidade até o outro lado pode chegar a até 60 km/h, a depender do peso do turista. Como alguém que testou a tirolesa e aprovou posso dizer: «sim, dá medo. Muito medo! Mas a experiência é incrível e a adrenalina compensa». Já o preço, nem tanto.

Como as tirolesas não estão inclusas no pacote de hospedagem, para descer no Voo do Gavião cada hóspede precisa desembolsar R$ 70 para ter uma dose extra de emoção. O problema não é pagar a descida, mas gostar tanto a ponto de querer repetir a experiência várias e várias vezes e não poder porque a grana não dá.

Por sorte, a tirolesa Perna 3 custa um pouco menos: R$ 50 por pessoa. A altura, entretanto, é um pouco menor, de 80 metros e o percurso é feito sentado, o que não significa menos atrativo. Por ser mais íngreme, a descida é mais rápida que a anterior e pode chegar a 80 km/h. O único problema está na saída, afinal, o primeiro passo para descer quem dá é você. E dar um salto de fé em um abismo, pendurada por apenas dois ganchos não é nada fácil, acredite, mas há quem diga, lá do outro da mata e ainda com as pernas bambas de tanta adrenalina, que difícil mesmo é falar que não gostou.

* A jornalista viajou a convite do SPaventura Ecolodge.

Serviço
SPaventura Ecolodge. Ibiúna – SP.
São ofertados dois tipos de chalés (premium e master). A diária para o casal, com pensão completa, varia de R$ 780 a R$ 1.010 em julho. Criança até 12 anos não paga.
Telefone: (11) 3132-6780
www.spaventura.com.br

 

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