Estilo de Vida

Colecionador de Campinas mantém mais de 2 mil câmeras fotográficas analógicas em apartamento

Aos 63 anos, Francisco Aparecido Romera Ruiz mantém um verdadeiro museu em seu apartamento, no Centro de Campinas. Ele tem um lema, que fez questão de repetir várias vezes durante a entrevista: “Teu lixo é meu tesouro”. E é assim que ele já soma mais de duas mil câmeras fotográficas e outros 500 equipamentos de vídeo, de laboratório e também projetores. Uma paixão que vem desde a adolescência.

Aos 14 anos vieram os primeiros cliques. “Eu tinha uma máquina em 1968, uma Rio 400 da Kodak. Depois fui aprendendo aos poucos e, em 1971, já fazia alguns bicos”, comenta Ruiz.

Ele lembra que, as primeiras aventuras foram entre amigos. “Usava-se muito os monóculos, aqueles de slides. Ia na casa dos amigos e tirava fotos das crianças e fazia esses monóculos”, lembra.

Recomendados

Depois, o colecionador se jogou de cabeça na profissão. Fez casamentos, eventos, aniversários. Ele passava horas com um amigo, chamado Dorival, falando sobre os equipamentos, até se afastar da profissão por seguidas intoxicações nos laboratórios de fotografia.

Mas isso não era o fim da paixão. Então, o lema tão presente no cotidiano de Ruiz passou a valer: “Seu lixo é meu tesouro”. A coleção começou a crescer.

Ele reservou um apartamento só para isso. Criou prateleiras, onde organiza as câmeras. Tem para todos os gostos: kodak, Yashica, Mavika, Leica, entre outras.

“Eu ganho máquinas velhas de amigos, vou em feiras de antiguidade. Esse dias comprei umas 20 câmeras de uma pessoa e paguei R$ 50. Tenho desde a primeira Mavika”, comenta.

E, claro, ele tem as preferidas. “Tenho uma Yashika meio quadro e uma 16mm, gosto muito. Às vezes esqueço de algumas e fico olhando as prateleiras”, completa.

Muitas das câmeras estão em embalagens originais, como bolsas de couro. Outras, apenas as câmeras. Em outro espaço, uma parede inteira de câmeras de vídeo.

Em outro canto do apartamento estão os itens de laboratório, local onde Ruiz esteve por 15 anos.

Quanto a expor todo esse material, o colecionador é reticente. “É muita coisa, uma vez tive que transportar e tive que fazer quatro viagens”, lembra. “Também fico preocupado em tirar daqui, tenho medo de danificá-las de alguma forma”, reconhece.

Hoje, Ruiz tem uma loja de fantasias, mas preserva em sua cabeça os cliques de vários anos, marcas, barulhos e formatos diferentes. A paixão, segundo ele, nunca vai morrer.

Porém, isso não significa abdicar de novas tecnologias. No fim da entrevista, a pergunta foi: mas qual câmera o senhor leva hoje para suas viagens? E a resposta foi no mínimo curiosa. “Levo meu celular”.

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos