Estilo de Vida

Artista visual abre ‘guerra’ contra junk food

Pontapé foi dado na mostra no Sesc Pinheiros | André Porto/Metro

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A próxima intervenção urbana de Eduardo Srur – conhecido pela instalação com garrafas PET gigantes no rio Tietê – será daqui um mês, mas já dá para ir degustando as ideias do artista, afinal a temática agora é sobre comida, junk food precisamente.

E em uma cidade que tem se destacado cada vez mais por seus atrativos gastronômicos, como São Paulo, a escolha do tema é, ao menos, curiosa. Mas Srur garante “a intenção é provocar uma reflexão sobre comer por impulso, por um consumismo de coisas e comidas desnecessárias.”

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Depois de gravar uma performance derramando produtos sobre seu corpo dentro de um supermercado, ele montou seu próprio mercadinho na exposição “Food – Reflexões sobre a Mãe Terra, Agricultura e Nutrição”, inaugurada na quarta-feira, no Sesc Pinheiros, e que vai até 4 de maio. Lá é possível, além de consumir realmente os alimentos industrializados – “se tiver coragem”, cutuca Srur –, se deparar com embalagens nas prateleiras ao lado dos monitores mostrando vídeos do artista.

“A ideia de conjugar o vídeo com a instalação é fazer com que essa reflexão ganhe força.”

E esse é só um aperitivo, ou melhor, um ponto de partida para uma série de intervenções na cidade contra a chamada comida porcaria, previstas para acontecerem a partir de 31 de março. Sem dar detalhes do que irá aprontar, lembrando que todas suas intervenções são ações de guerrilha, ele só adianta que desta vez precisa da colaboração das pessoas para o financiamento das obras, através de um projeto crowdfunding.

Para participar, basta entrar no site www.startando.com.br/junkfood, clicar no link “Apoiar esse projeto” e escolher um dos combos – o médio, por exemplo, custa R$ 100 e dá direito a uma camiseta, adesivos e créditos do seu nome no vídeo das intervenções. Há opções em que a pessoa poderá participar dos bastidores e da própria intervenção do artista.

Vídeo é primeira provocação sobre o tema | André Porto/Metro

Como em outros trabalhos de Srur pela cidade, não há como prever tudo o que pode acontecer. No entanto, se houver reações negativas da indústria alimentícia, elas serão encaradas como consequência. “Artista tem que provocar.”

Para matar a fome das intervenções

Já tem alguns anos que Eduardo Srur surpreende com suas obras, nada comuns. Em 2008, por exemplo, ele vestiu monumentos da cidade com coletes salva-vidas, como forma de resgatar a atenção não só de esculturas antigas, mas da própria arquitetura e história paulistana.

Garrafas gigantes na marginal Tietê | Divulgação/ Attack Art

No mesmo ano, chamou a atenção de São Paulo com suas enormes garrafas PETs colocadas na beira de concreto do Rio Tietê, num apelo à questão ambiental. Já em 2010, Srur questionou, a seu modo, a Cow Parade, com esculturas de vacas expostas ao longo das avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima. Foi lá e colocou sobre uma das vacas, um Touro Bandido de isopor para retratar o cenário brasileiro.

No ano passado, o artista levou luz à região da Cracolância com a obra Cataventos – um conjunto com garrafas e lâmpadas LED -, que produzia energia eólica e acionava as lâmpadas para iluminar a própria intervenção.

Salva-vidas para arquitetura urbana | Divulgação/ Attack Art

Assista o vídeo:

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