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O que é a “máfia PayPal”, grupo de onde saíram alguns dos homens mais ricos do Vale do Silício

Fundadores do YouTube e LinkedIn, CEO da Tesla e um dos primeiros investidores do Facebook têm em comum o passado na empresa que surgiu para revolucionar as transações financeiras na internet.

Alguns dos maiores grupos de tecnologia que multiplicam ano a ano seus dividendos, como Tesla, LinkedIn, Yelp e YouTube, têm algo em comum em suas histórias. Todos eles têm entre seus principais personagens pessoas que saíram do mesmo lugar: da empresa de pagamentos pela internet PayPal.

Alguns dos fundadores ou primeiros investidores dessas gigantes de tecnologia passaram antes pelo PayPal, e tiveram um papel importante no início de seu desenvolvimento.

Há anos que eles já não fazem mais parte dessa companhia, mas alguns acabaram mantendo contato e criaram até um nome para se referir ao grupo: a "máfia PayPal".

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Não há um número conhecido de pessoas que fazem parte dela, mas um de seus fundadores, Peter Thiel, prefere dizer que são os 220 trabalhadores que a empresa tinha antes de ter sido comprada pelo eBay, em 2002 – já que muitos deles saíram nessa época e engataram a criação de seus próprios negócios no meio digital.

Foi esse processo de venda que marcou o início da diáspora da equipe do PayPal, que havia sido fundado em 1998. A maioria não tem boas memórias dessa época, como conta David Sacks, o antigo chefe de operações da PayPal e fundador da rede de contatos profissionais Yammer.

"Basicamente, fomos expulsos da nossa terra e eles (eBay) queimaram o nosso templo. Então, nos espalhamos por todo o mundo e tivemos que criar novas casas", descreveu ele ao site TechRepublic.

No fim, isso acabou sendo bastante produtivo para o setor de tecnologia: o PayPal é hoje uma empresa que fatura mais de US$ 10 bilhões ao ano e que revolucionou a indústria bancária; já a máfia PayPal formou empresas de muito sucesso e líderes em inovação, que também estão transformando seus mercados.

Entre eles, há vários milionários – seis dos quais conquistaram uma fortuna que supera o US$ 1 bilhão. Abaixo, contamos a história de alguns dos que mais se destacaram:

1. Peter Thiel

Foi um dos fundadores do PayPal e o primeiro diretor-geral da empresa. Nasceu na Alemanha, mas foi criado entre a África e os Estados Unidos.

Ele fundou em 1998 uma empresa chamada Confinity (que mais tarde se chamaria PayPal) com o objetivo de desenvolver um software para que pessoas e empresas pudessem ter uma espécie de "carteira virtual", que permitisse a elas realizar transações financeiras pela internet.

Era a época do "boom" da internet, e os serviços online estavam começando a ganhar adeptos.

Depois que o eBay comprou o PayPal, Thiel saiu da empresa e passou a se dedicar a outros negócios, que incluem fundos de alto risco, a empresa de análise de dados Palantir e o fundo de capital de risco Founders Fund.

Esses dois últimos, aliás, foram criados com outros membros da máfia PayPal.

Mas Thiel é mais conhecido por ser o primeiro investidor externo do Facebook (ele investiu US$ 500 mil em 2004 e, atualmente, as vendas de ações já lhe renderam mais de US$ 1 bilhão).

Recentemente, ele chamou a atenção por ter apoiado a campanha presidencial de Donald Trump.

2. Max Levchin

O cofundador do PayPal nasceu na Ucrânia e chegou aos Estados Unidos no início dos anos 1990 como refugiado político.

Depois de deixar a empresa, ele embarcou em outra aventura no empreendedorismo: criou a Slide, um serviço que permitia organizar e compartilhar fotos em redes sociais e que depois desenvolveu alguns plug-ins de sucesso no Facebook, como o "Super Poke", o "My Questions" e o "Top Friends".

Levchin acabou vendendo o negócio para o Google, mas um ano depois a empresa decidiu fechar o serviço, e Levchin se dissociou da gigante tecnológica.

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Depois disso, ele seguiu os rumos de seu ex-companheiro de PayPal, Thiel, e resolveu investir em uma outra plataforma, que hoje já é bastante conhecida: a Yelp, onde usuários podem recomendar empresas locais.

Onde ele conheceu os fundadores do Yelp? Justamente no PayPal – dois deles haviam trabalhado lá, Jeremy Stoppelman e Russel Simmons.

Levchin também foi membro do conselho administrativo do Yahoo e do Evernote e produtor executivo do filme Obrigado por Fumar (2005).

3. Elon Musk

Hoje conhecido como diretor-geral da Tesla e fundador da SpaceX, no passado Elon Musk foi acionista e diretor-geral do PayPal.

A empresa dele, X.com, se fundiu com o PayPal em 1999, e o empresário sul-africano ficou à frente dele durante um curto período de tempo – acabou destituído em outubro de 2000.

No entanto, ele se manteve como principal acionista da empresa até a venda dela ao eBay – e ganhou cerca de US$ 165 milhões no negócio.

Além da empresa aeroespacial SpaceX, Musk tem outros empreendimentos inovadores, como a Neuralink, de neurotecnologia.

4. Steve Chen, Chad Hurley e Jawed Karim

Chen, Hurley e Karim se conheceram quando trabalhavam no PayPal.

Nenhum deles havia completado 30 anos em 2005, quando se uniram para fundar um conceito que não existia até então: uma plataforma para compartilhar vídeos online – o nome dela seria "YouTube".

Um ano depois, em 2006, o Google comprou a empresa em uma transação que rendeu a eles milhões de dólares – o YouTube foi vendido por US$ 1,65 bilhão.

Desde então, Chen, Hurley e Karim participaram da criação de outras companhias no ramo da tecnologia. Entre elas, o Airbnb, do qual Karim foi um dos primeiros investidores.

5. Reid Hoffman

Hoffman havia feito parte da diretoria do PayPal desde o início e era vice-presidente executivo quando o eBay comprou a empresa em 2002.

No mesmo ano, ao lado de antigos companheiros de PayPal e de sua antiga empresa, a Social Net, ele fundou uma rede social dedicada a contatos profissionais, que vem a ser o LinkedIn.

Este, por sua vez, acabou vendido para a Microsoft por US$ 26,2 bilhões em 2016. e hoje tem mais de 100 milhões de usuários por mês.

Hoffman passou a fazer parte do conselho administrativo da Microsoft em 2017, mas também contribui para o desenvolvimento de outras empresas como investidor – Facebook, Airbnb e Change.org são alguns dos destinos do seu dinheiro.

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