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Cientistas vão pesquisar asteroide interestelar em busca de tecnologia alienígena

Objeto tem formato singular e foi identificado quando vinha em direção ao Sol em outubro deste ano; projeto financiado por bilionário irá analisá-lo em busca de evidências sobre vida extraterrestre

Um projeto em busca de evidências sobre a vida inteligente fora da Terra começará a analisar o primeiro asteroide interestelar para tentar encontrar sinais de uma tecnologia alienígena.

O objeto com formato singular foi detectado quando estava indo em direção ao Sol em 19 de outubro deste ano.

As propriedades dele sugerem que sua origem é de outra estrela, o que faria com que esse fosse o primeiro asteroide de fora do Sistema Solar a ser identificado em nossa vizinhança cósmica.

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Uma iniciativa patrocinada pelo bilionário Yuri Milner irá utilizar um radiotelescópio para ouvir os sinais emitidos dele. Os esforços da equipe vão começar nesta quarta-feira, com astrônomos observando o asteroide – que atualmente está se afastando do Sistema Solar – por quatro bandas diferentes de radiofrequência.

A primeira etapa de observações deverá durar pelo menos 10 horas no Observatório de Green Bank, em West Virginia, nos Estados Unidos, com o uso do Green Bank Telescope, o maior radiotelescópio orientável do mundo.

Primeiras observações

As primeiras impressões que vieram sobre o asteroide, chamado Oumuamua, ressaltam seu formato estranho, alongado, parecendo um pouco com o de um charuto.

«Pesquisadores que trabalham com transporte espacial de longa distância já sugeriram no passado que o formato de um charuto ou de uma agulha são arquiteturas prováveis para uma nave espacial interestalar, já que isso ajudaria a minimizar a fricção e os danos dos gases interestelares e da poeira», afirmou por nota o Breakthrough Listen, programa financiado por Milner para pesquisar evidências de inteligência extraterrestre no universo.

«A presença do Oumuamua no Sistema Solar dá ao Breakthrough Listen uma oportunidade de fazer descobertas sem precedentes sobre possíveis transmissores artificiais e de demonstrar nossa habilidade de rastrear objetos que estejam por perto se movendo rapidamente», disse o diretor da Berkeley SETI Research Center, Andrew Siemon, que faz parte da iniciativa.

«Independentemente se esse objeto for artificial ou natural, ele é um alvo muito bom para o Listen», complementou.

Já o professor Andrew Coates, do Mullard Space Science Laboratory, aponta que, por enquanto, ainda não há evidências concretas de que esse asteroide poderia ajudar a identificar qualquer sinal de vida extraterrestre.

«Acredito que há um experimento sendo feito para analisar esse objeto e escutar se há qualquer sinal de vida nele. Mas acho pouco provável, porque isso é um resto do início daquele sistema planetário em outro lugar. Outras formas melhores de procurar por vida extraterrestre são as missões como o projeto ExoMars, que irá para Marte em 2020 perfurando a superfície para procurar sinais de vida. Nós estamos construindo um sistema de câmeras para isso», observou.

«De qualquer forma, já que esse objeto está passando muito rápido, é válido buscar escutá-lo só para entender. Mas acredito que é bem pouco provável vir algo disso», acrescentou.

Outros pesquisadores que já fizeram observações desse asteroide com telescópios no solo dizem que, fora o formato distinto, ele lembra muito objetos naturais encontrados fora do Sistema Solar.

O objeto tem uma cor avermelhada, que é um indicativo da presença de compostos orgânicos irradiados por raios cósmicos. As medidas sugerem que ele tenha uma estrutura densa, composta de pedra e metal. Há a possibilidade de haver ali alguma água congelada.

Apesar do Oumuamua ter se formado em torno de outra estrela, os cientistas acham que ele poderia ter circulado pela Via Láctea, sem ligação a qualquer sistema estelar, por centenas de milhões de anos antes do encontro casual com nosso Sistema Solar.

O nome do asteroide, Oumuamua, significa «um mensageiro de longe chegando primeiro» na língua havaiana.

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