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Estátua de ativista negra pode substituir permanentemente traficante de escravos em Bristol

O artista plástico Marc Quinn aproveitou o espaço deixado após a derrubada de uma estátua de simbologia racista na cidade de Bristol, na Inglaterra, para homenagear uma estudante e manifestante negra.

O pedestal anteriormente retratava o escravocrata britânico Edward Colston, que construiu sua fortuna no século XVII com o tráfico de negros escravizados da África. Sua estátua foi derrubada e jogada em um rio por manifestantes durante protesto antirracismo no dia 7 de junho. A ação foi filmada e o vídeo viralizou, incitando outras manifestações contra estátuas de figuras racistas pelo mundo.

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A obra recebeu o nome de «A Surge of Power (Jen Reid), em tradução livre, «Um Rompante de Poder». Ela foi instalada sem permissão da Prefeitura de Bristol, e permaneceu ali por menos de 24 horas, posteriormente podendo ser vendida. Caso isto aconteça, todo o lucro será revertida a ONGs que lutam pela adição de temas da história negra nas grades curriculares de estudantes britânicos.

O prefeito da cidade, Marvin Rees, afirmou que entende a «provocação» da obra, mas reforçou que a peça que deverá ser colocada no lugar daquela do escravocrata Edward Colston deve ser escolhida pela população. A nova obra, inclusive, poderá ser a própria estátua da estudante britânica, se a «população quiser».

A estátua construída pelo artista Marc Quinn representa a estudante Jen Reid, que subiu no pedestal durante o protesto e fez um gesto de resistência e comemoração, comumente relacionado ao movimento Black Power (Poder Negro) nos Estados Unidos e também ao mais recente movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que se disseminou pelo mundo.

A escultura foi feita com a permissão da estudante, que se uniu ao artista e lançou um manifesto explicando os motivos da instalação e a importância da atual discussão e luta contra o racismo em diversos níveis da estrutura social.


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