Estilo de Vida

Vidros em varandas reduzem o barulho e transformam os espaços, mas exigem cuidados

Em tempos de falta de espaço, quando é cada vez mais difícil adquirir e morar em casas com quintais grandes, por diversos motivos – segurança, preço do metro quadrado, famílias menores, conceito – as varandas, além de valorizarem os imóveis também se tornaram as queridinhas entre os moradores, ganhando churrasqueiras, espaços gourmet e, em alguns casos, vidros.

O hábito de envidraçar esses espaços pode ser ocasionado por diversas razões, que vão de estética até a manutenção da limpeza, e a necessidade de diminuir o barulho ou aumentar a área da sala ou do quarto, como uma extensão.

“Em cidades com trânsito intenso a poluição e a sujeira são problemas que podem ser amenizados com o envidraçamento”, diz a arquiteta Andréia Parreira. E a prática também pode transformar o espaço em área útil. “Abertas, as varandas acabam, muitas vezes, se tornando áreas inúteis, pois a maioria dos moradores não consegue desfrutar do espaço por causa do vento”, afirma Andréia.

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Normalmente os vidros mais utilizados no fechamento das varandas são os laminados ou temperados, com espessura que varia entre oito e dez milímetros.

Segundo Cleber Mota, gerente da Ekta Decor, empresa especializada no serviço, ainda não há uma regulamentação pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) sobre o tema. “Há uma discussão que aponta para dez milímetros, mas nada oficial.”

O prazo médio da fabricação do vidro fica entre 30 e 40 dias, já a instalação geralmente leva em torno de três, segundo profissionais do setor. Na prática funciona assim: a empresa contratada realiza um laudo técnico levando em conta o andar, o posicionamento do prédio, a frequência dos ventos e a padronização escolhida pelo condomínio em assembleia e, após essa etapa, segue para a execução do projeto.

“É importante ficar atento às normas especificadas pelo condomínio. Geralmente eles elegem três empresas que estão de acordo com esse padrão e indicam para os moradores”, afirma Andréia.

Depois de pronto, um arquiteto ou engenheiro assina um documento que registra que o projeto foi executado de acordo com as normas da construção civil. No caso dos arquitetos, é assinado o RRT (Registro de Responsabilidade Técnica) e dos engenheiros, o ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).

Quanto custa?
Em média, o metro quadrado do vidro custa em torno de R$ 500, mas o valor pode variar conforme a localização do imóvel. “Algumas empresas cobram de acordo com a cara do imóvel e do comprador”, diz Mota. Ele lembra que mudar a espessura do vidro ou retirar a película protetora contra raios UVA e UVB até barateia o material, mas pode comprometer a segurança e a qualidade.

Outro item que pode variar de acordo com a empresa é a garantia. Por lei é obrigatório o fornecimento de três meses, mas algumas prestadoras podem aumentar esse prazo.

Preciso pagar mais?
Por fim, além de certificar se a estrutura comporta vidros e qual a padronização escolhida pelo condomínio, é importante ficar atento ao fato de que as vidraças podem esbarrar em algumas questões jurídicas junto à prefeitura. Normalmente as sacadas não são incluídas na chamada área útil do prédio e, por isso, não entram no cálculo do IPTU. Entretanto, há quem diga que o fechamento em vidro transforma o espaço em área útil, devendo incidir sobre o valor do imposto pago.

Para Jaques Bushatsky, membro do Conselho Jurídico do Secovi-SP, sindicato da habitação de São Paulo, não é preciso se preocupar com a questão. “O vidro é considerado mais uma cortina do que uma parede”.

Ainda segundo Bushatsky, mesmo que futuramente a prefeitura mude o entendimento sobre a medida, será algo difícil de ser fiscalizado. “O município esbarra em questões logísticas. Não acho que será possível multar todos que colocaram a vidraça em seus apartamentos.”

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