Parte dos médicos convocados para atuar nas operações da Cracolândia, em São Paulo, procurou o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) para pedir a dispensa de ações como essa.
Em entrevista à rádio BandNews FM, o presidente do Cremesp, Mauro Aranha, relata que os profissionais não foram informados que iriam fazer avaliações para internações compulsórias de usuários de drogas.
O Conselho Regional de Medicina ainda denuncia que a prefeitura paulistana – quando levou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a petição que pedia a internação compulsória – citou três médicos que não foram consultados.
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A prefeitura de São Paulo usa trechos de publicações médicas para justificar a ação. Mas, de acordo com Mauro Aranha, pelo menos um dos médicos defende publicamente ser contra esse tipo de trabalho.
O especialista explica também que existe um protocolo a ser seguido para avaliar casos de internação. Segundo ele, nem todos os usuários de drogas que foram retirados da região da Cracolândia necessitam de tratamento médico, em alguns casos o tratamento ambulatorial é o mais indicado.
O que a prefeitura fez, de acordo com o presidente do Cremesp, foi o contrário do que é recomendado. Para ele, a atitude da administração municipal é «arbitrária». Mauro Aranha encerra dizendo que «não é aceitável que a Justiça determine a internação compulsória sem a fundamental de profissionais da área».
Segurança
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), admitiu que a ação policial na Cracolândia foi contra o que estava planejado. O programa Redenção previa, antes da operação de domingo passado, o cadastramento dos dependentes e o acolhimento.
Neste sexta-feira, Doria disse que a presença das forças de segurança teve que ser antecipada. O motivo da ação foi a necessidade de dar segurança aos agentes sociais e de saúde, segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Apoio
Nesta sexta, começou a funcionar um contêiner do Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas na região da Cracolândia. A capacidade de atendimento é de 80 pessoas por dia.
Segundo a prefeitura, dois psiquiatras ficarão de plantão 24 horas para avaliação e atendimento dos dependentes químicos.