Dos 12 estádios brasileiros construídos para a Copa do Mundo de 2014, apenas dois não estão no centro de investigações como a Lava Jato: as arenas do Paraná e do Rio Grande do Sul.
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As outras dez têm denúncias de superfaturamento, desvios para pagamento de propina e outros crimes – é o que aponta um levantamento feito pela Rede BandNews FM.
A arena mais cara do Mundial, o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, entrou na mira da Polícia Federal nesta semana.
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Uma operação levou à prisão dois ex-governadores e um ex-vice do Distrito Federal: José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Tadeu Filippeli, exonerado do cargo de assessor do presidente Michel Temer.
Com custo inicial previsto de R$ 600 milhões, o estádio terminou com um orçamento de R$ 1,57 bilhão, e a PF suspeita de que os cerca de R$ 900 milhões excedentes foram fruto de superfaturamento.
O palco da final da Copa, o Maracanã, também é alvo da Lava Jato.
O esquema liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral teria definido, ilegalmente, o consórcio vencedor da licitação, Odebrecht, Delta e Andrade Gutierrez, segundo acusação do Ministério Público Federal.
O orçamento inicial era de R$ 720 milhões, mas o custo final chegou a R$ 1,2 bilhão.
Os promotores afirmam que foi acertado um valor de 5% do total da obra para pagamento de propina ao ex-governador Cabral.
Em São Paulo, a Arena Corinthians também entrou na delação de Odebrecht, que acusou os deputados federais Andrés Sanchez (ex-presidente do Corinthians) e Vicente Cândido (diretor da CBF) de receberam propina por meio da obra.
Emílio Odebrecht, dono da empresa, chegou a dizer que o estádio foi um «presente» para o ex-presidente Lula.
A situação é similar à de Minas Gerais, onde o Ministério Público diz que as empresas contratadas para reformar e administrar o Mineirão desviaram mais de R$ 35 milhões.
As delações premiadas do grupo JBS indicam que a Arena foi usada para repassar uma propina de R$ 30 milhões à campanha do governador Fernando Pimentel (PT), em 2014.
A reforma da Arena Fonte Nova, em Salvador, é outra investigada pela Lava Jato.
O consórcio Odebrecht e OAS venceu a licitação de R$ 591 milhões, e executivos acusam o ex-governador Jaques Wagner de fechar um acordo ilegal para que a obra ficasse pronta antes da Copa das Confederações.
A Odebrecht diz que aceitou receber quase R$ 300 milhões de uma dívida de uma estatal baiana de recursos hídricos, da década de 90, em troca de acelerar a construção, que terminou com valor de quase R$ 700 milhões.
No Ceará, o Ministério Público Federal investiga possíveis irregularidades nas obras da Arena Castelão, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Edson Fachin, com base na delação da Odebrecht.
A acusação é de que houve direcionamento da licitação, que custou cerca de R$ 520 milhões.
As arenas Pernambuco (Recife), Pantanal (Cuiabá), das Dunas (Natal) e Amazônia (Manaus) também são investigadas pela Polícia Federal e têm denúncias de pagamento de propina e outros desvios.
Todos os políticos citados negam as acusações.