O Tribunal de Cassação de Roma, a Suprema Corte italiana, pronunciará uma sentença na próxima terça-feira sobre o processo conhecido como «Mediaset», onde o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi é acusado de fraude fiscal.
Berlusconi já foi condenado em segundo grau a quatro anos de prisão e cinco de interdição dos cargos públicos. Se a Suprema Corte confirmar a sentença de segundo grau, Berlusconi seria obrigado a deixar seu assento no Senado italiano e não poderia se candidatar nas próximas eleições.
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Entretanto, devido a sua idade, 78 anos, ele não seria obrigado a cumprir pena na cadeia, mas poderia beneficiar da prisão domiciliar. Muitos analistas políticos avaliam que a condenação de Berlusconi poderia significar o fim do governo de Enrico Letta, que é apoiado pelo PDL (Povo da Liberdade), bancada do ex-premier. No entanto, Letta declarou hoje que está «tranquilo» e que não «ocorrerão terremotos» após a decisão da Suprema Corte. «Não tenho medo. A Itália é mais estável do esperado. Estou continuando a trabalhar sereno sobre os programas do próximo ano. Sempre pensei que os julgamentos não devem ser comentados e não mundo meu pensamento em 24 horas», afirmou Letta, que está em visita oficial à Grécia.
Impostos
De acordo com fontes judiciais, a investigação é referente às declarações de impostos de 2003 e 2004. Além da família Berlusconi, outros executivos do grupo são investigados. Os procuradores suspeitam que o preço dos direitos cinematográficos foi aumentado artificialmente por meio de intermediários para a criação de contas no exterior e evitar o fisco italiano. O delito pode ser punido com penas que vão de 18 meses a seis anos de prisão.
A Mediaset foi fundada por Berlusconi na década de 70 e possui os três maiores canais privados de televisão da Itália. Desde que entrou para o mundo da política em 1994, Berlusconi foi processado diversas vezes por corrupção, fraude fiscal, financiamento ilegal dos partidos e corrupção dos juízes.