A área de recomendação de vacinação contra febre amarela deverá ser novamente ampliada. A ideia, de acordo com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, é tornar mais rígidos os padrões que hoje são utilizados. «Queremos nos antecipar ao risco», disse.
Ele lembrou que no ano passado, quando o País foi afetado pelo pior surto da doença em toda a história, casos foram identificados em cidades consideradas livres de risco e, consequentemente, com uma baixa cobertura vacinal. Vacinações de bloqueio foram feitas, mas não impediram o aumento de casos.
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O plano de ação deverá ser apresentado na próxima semana. A ação prioritária em análise é o fracionamento de doses da vacina. Nessa estratégia, cada pessoa recebe uma dosagem menor do imunizante do que a medida tradicional. Ano passado, foram comprados 20 milhões de seringas usadas especialmente para o fracionamento. Na época, o insumo não foi usado. Desse total, 9 milhões já foram enviados para São Paulo, que deverá fazer a vacinação com doses fracionadas em duas campanhas, programadas para a primeira e última semana do mês de fevereiro. Bahia e Rio deverão também anunciar o fracionamento.
Barros assegurou não haver problemas com fornecimento do imunizante, produzido por Biomanguinhos. Em São Paulo, conforme o Estado mostrou, o fracionamento foi decidido justamente pela necessidade de expandir a área de cobertura da vacina. O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, Marcos Boulos, afirmou que a estratégia no Estado será ofertar para população tanto a vacina integral quanto a fracionada. Essa última será aplicada em regiões que entram para a área considerada de risco, como litoral norte e cidades próximas.
A vacina fracionada contém um décimo da dosagem da vacina integral. O modo de aplicação também é diferente. Profissionais de saúde já foram treinados para fazer a operação, sobretudo em São Paulo. Inicialmente, o uso da vacina fracionada provocava grande resistência de médicos infectologistas, principalmente por causa da sua duração. A proteção estimada era de 1 ano, enquanto a vacina integral é por toda a vida. O uso da vacina fracionada, no entanto, ganhou força no fim do ano passado, com a divulgação de estudos que indicam que a proteção chega a 9 anos. «Esse foi o período de acompanhamento de pessoas vacinadas. Essa observação será mantida. Pode ser que o tempo de proteção supere até mesmo a marca dos 9 anos», afirmou Boulos ao Estado, em entrevista realizada semana passada.