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Meirelles afirma que aumento de imposto é ‘suficiente’, ‘no momento’

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que, «no momento», a elevação do PIS/Cofins anunciada pelo governo nesta quinta-feira, 20, é suficiente e que, «em última análise», todas as medidas econômicas são «para beneficiar bolso do cidadão». «Certamente (o aumento pesa no bolso do consumidor), mas, por outro lado, pesa no bolso do cidadão quando o juro é mais caro, quando em função do déficit publico a inflação é maior», disse o ministro ao desembarcar em Mendoza, na Argentina, onde ocorre reunião de cúpula do Mercosul.

Meirelles destacou que, além da alta do tributo, o governo anunciou um corte adicional de gastos. «Não é só aumentar impostos. Os gastos públicos estavam muito comprimidos e se cortou ainda mais.» Ao ser questionado se haverá novos aumentos de impostos, respondeu: «No momento, é suficiente».

Segundo o ministro, o momento para aumentar o tributo era o ideal porque «a inflação está reagindo muito bem, caindo bastante», e a medida não deve prejudicar a retomada da economia. «A nossa expectativa é que isso vai consolidar a trajetória do crescimento, exatamente porque vai manter o nível de confiança, manter o nível de confiança no ajuste fiscal, nível de confiança na economia», afirmou.

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Meirelles reiterou ainda que as mudanças no texto da medida provisória 783, que instituiu o Novo Refis (programa de parcelamento de débitos tributários) e previa arrecadação de R$ 13,3 bilhões em 2017, geraram frustração e incertezas que contribuíram para a decisão de elevar o PIS/Cofins. «Uma razão importante é devido às mudanças muito fortes no projeto do Refis, diminuindo bastante a arrecadação prevista e gerando muita incerteza sobre qual ela será de fato. Muitas empresas adiaram ou não se inscreveram no programa de adesão até agora», afirmou.

Segundo ele, com essa incerteza criou-se a necessidade de receitas adicionais. «Além do mais existe a questão que nós estamos de fato ainda enfrentando os efeitos da recessão de 2015, 2016, mas os efeitos fiscais estão ocorrendo este ano», declarou.

Meirelles destacou que a primeira reação dos agentes econômicos à medida foi positiva e mostra que o importante «é manter o equilíbrio fiscal e, em consequência, manter o emprego».

O ministro destacou ainda que o País registrou três meses seguidos de uma criação líquida positiva de emprego depois de três anos e que acredita que o desemprego vai cair no segundo semestre. «Para isso é muito importante manter o ajuste», frisou.

Questionado se o emprego não pode ter um impacto do efeito da sazonalidade de postos criados pelo agronegócio, que tendem a diminuir nos próximos meses, Meirelles afirmou que, mesmo depois da dessazonalização, «o crescimento do emprego ainda é positivo». «Está se disseminando o crescimento (do emprego) em outros setores da economia.»

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