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Em entrevista ao príncipe Harry, Obama diz que pessoas no poder devem ser cautelosas ao usar redes sociais

O ex-presidente americano alfineta sucessor, Donald Trump, sem citá-lo, em bate-papo com o membro da família real britânica, que fora editor convidado de programa da Radio 4 da BBC.

Em uma das raras entrevistas que concedeu desde que deixou a Casa Branca, em janeiro, o ex-presidente americano Barack Obama fez um alerta sobre o uso irresponsável das redes sociais.

Sem citar o atual presidente americano, Donald Trump, assíduo usuário do Twitter, Obama afirmou que pessoas em posição de poder deveriam ser cautelosas ao postar mensagens porque as redes sociais distorcem o debate público.

Segundo o ex-mandatário americano, ações desse tipo estavam distorcendo a compreensão das pessoas sobre questões complexas e espalhando desinformação.

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Trump escolheu o Twitter como sua principal forma de emitir opiniões e comentários sobre vários assuntos e acontecimentos.

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A declaração de Obama foi dada a um entrevistador especial, o príncipe Harry.

O membro da família real britânica foi o editor convidado do programa Today (Hoje), da Radio 4 da BBC, nesta quarta (27). Harry entrevistou Obama em setembro, no Canadá, onde os dois estiveram para participar dos Jogos Invictus, um evento esportivo criado pelo príncipe para homenagear veteranos de guerra. Na edição de 2017, o evento contou com a participação de veteranos de 14 países.

Obama também expressou preocupação com um futuro em que fatos são descartados e as pessoas somente leem e ouvem coisas que reforçam suas próprias visões do mundo.

"A questão tem a ver com como nós aproveitamos essa tecnologia de uma maneira que permita uma multiplicidade de vozes, que permita uma diversidade de visões, mas não nos leve a uma ‘balcanização’ (termo de origem geopolítica – Guerra dos Balcãs – que se refere ao fracionamento de um país ou grupo grande em unidades menores) da sociedade e que permita maneiras de achar um consenso", disse Obama.

Sem falar de Obama

O príncipe Harry citou a ocasião da posse de Trump, no dia 20 de janeiro, quando imagens da TV mostraram um Obama sóbrio, "sem mostrar emoções", segundo o príncipe, que perguntou ao ex-mandatário "o que passou por sua cabeça" na ocasião.

Obama respondeu que "a primeira coisa que passou pela minha cabeça ali, sentado ao lado de Michelle, foi em como estava grato por ela ter sido minha parceira em todo aquele processo".

"Ela fez tudo isso em boa parte para apoiar minha decisão de concorrer (à Presidência dos EUA). E por termos conseguido sair disso tudo intactos, com um casamento forte, ainda sendo o mais próximo amigo um do outro, deu um senso de conclusão, de que fizemos um trabalho em que conseguimos preservar nossa integridade, sem mudar muito…".

"Isso deu uma sensação de grande satisfação", disse o ex-líder americano, que acrescentou ter tido sensações mistas pelo "trabalho que ficou incompleto e preocupações sobre como o país andaria para a frente". "Mas, você sabe, de maneira geral havia serenidade ali", completou.

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Questionado sobre a experiência de conduzir o programa de rádio, Harry disse que não havia feito muitas entrevistas na vida e que foi muito divertido ter entrevistado Obama "apesar do fato de que ele queria me entrevistar". O programa comandado pelo príncipe teve como temas as Forças Armadas Britânicas, saúde mental, criminalidade juvenil e mudança climática.

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