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Paradise Papers voltam a causar crise entre Rússia e EUA

O escândalo fiscal «Paradise Papers» voltou a colocar fogo na polêmica relação entre o atual governo dos Estados Unidos e a Rússia.

Isso porque, entre os mais de 13,5 milhões de documentos divulgados, há a informação de que o atual secretário de Comércio da administração Donald Trump, Wilbur Ross, fez investimentos na empresa Navigator Holdings, que produz navios.

Essa companhia é uma das maiores parceiras de uma produtora de gás russa, que pertence a Kirill Shamalov, genro do presidente russo, Vladmir Putin.

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Ross, que além de secretário, é amigo de Trump, começou a investir na empresa russa em 2014, época que diversos governos ocidentais impuseram sanções à companhias russas por conta da anexação do território da Crimeia, que pertencia à Ucrânia.

De acordo com o jornal «The New York Times», o secretário tinha no ano passado cerca de 31% das ações da Navigator, que é mantida nas ilhas Cayman, um dos mais famosos paraísos fiscais do mundo.

Ainda segundo o jornal, Ross diminuiu sua participação na empresa russa assim que assumiu o cargo no governo, mas mantevem «investimento em parcerias entre US$ 2 milhões e US$ 10 milhões).

Em sua defesa, Ross afirmou que as informações estão «completamente erradas» e que não há nenhuma ilegalidade na sua relação com a empresa russa. «Tratava-se apensa de uma relação comercial normal», disse à mídia, ressaltando que a companhia não estava entre aquelas que foram alvo de sanções.

Por sua vez, o governo Trump informou que tudo ocorreu antes dele assumir o cargo e que não há nenhuma ligação política nisso.

No entanto, opositores afirmam que Ross ocultou essas informações quando foi prestar esclarecimentos ao Senado e disseram que ele não foi leal. Ter um investimento em uma empresa offshore não é algo ilegal, mas é uma manobra que causa uma redução no pagamento de impostos.

A questão na relação com políticos, especialmente os que atuam na área econômica, é a contradição de não querer pagar impostos em seu país-natal.

Atualmente, o Congresso investiga a influência do governo de Putin nas eleições presidenciais de novembro do ano passado. – ‘Paradise Papers’ A lista divulgada neste domingo conta com 127 personalidades internacionais nos 13,5 milhões de documentos divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês).

Assim como ocorreu no escândalo «Panamá Papers» de 2016, os jornalistas espalhados por 67 países fizeram investigações sobre esses dados, no que está sendo considerado o maior vazamento de documentação do título da história.

Parte dos documentos foram divulgados neste domingo (5), assim como no primeiro escândalo, pelo jornal alemão «Süddeutsche Zeitung».

Entre os citados, estão os músicos Bono Vox e Madonna, além da rainha da Inglaterra, Elizabeth II, e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.

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