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Rússia interferiu ‘sem pudor’ em eleições, diz ex-chefe da CIA

O ex-chefe da CIA John O. Brennan afirmou nesta terça-feira que a Rússia interferiu «sem pudor» nas eleições presidenciais dos Estados Unidos no ano passado.

A declaração foi dada durante uma audiência no Congresso que analisa as ligações do governo de Donald Trump com o governo de Moscou. Segundo Brennan, ele repassou a informação de interferência, durante o tempo em que esteve no cargo, para a Presidência e para oito «altos expoentes» do Congresso do país.

Sem citar nomes, o ex-líder da CIA informou ainda que estava preocupado sobre a relação que alguns «norte-americanos» tinham com agentes russos e sustentou que Moscou usou essas pessoas «intencionalmente e não intencionalmente». «Frequentemente, as pessoas que seguem por caminhos traiçoeiros não sabem que estão em caminhos traiçoeiros até que seja tarde demais», disse ainda Connan.

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Subornos

De acordo com seu depoimento, Brennan afirmou que começou a investigar a suposta interferência russa no «último verão», com «subornos» a determinadas pessoas. Por conta disso, em 4 de agosto do ano passado, o chefe da Inteligência russa, Alexander Bortnikov, alertou-o sobre interferências no futuro e negou que Moscou estivesse agindo nas eleições.

Em outro momento do depoimento aos congressistas, Brennan disse que se for verdade que Trump compartilhou informações top secret com os russos, como mídia dos Estados Unidos anunciou, o presidente teria violado os protocolos da inteligência por não ter usado os canais previstos na legislação.

Mentiras e impeachment

O caso de interferência dos russos no pleito de novembro se arrasta desde o período pré-eleições e já causou a demissão de assessores de Trump. O escândalo, no entanto, atingiu seu ápice quando Trump decidiu demitir o então diretor do FBI, James Comey, que liderava as investigações sobre o «Russiagate».

Dias após a demissão, a mídia norte-americana revelou um memorando de Comey onde ele afirma que Trump pediu para que ele encerrasse as investigações contra Michael Flynn, ex-assessor para a Segurança Nacional, e que se demitiu por ter mentido sobre seu encontro com o embaixador russo nos Estados Unidos, Serghei Kisliak. Caso isso, se confirme, Trump teria cometido o crime de obstrução de Justiça.

Na mesma semana desse escândalo, os jornais norte-americanos publicaram que o republicano repassou uma informação altamente confidencial de um país parceiro em uma reunião com Kisliak e o ministro russo para as Relações Exteriores, Serghei Lavrov. O presidente não negou a informação, mas disse que tem o direito de divulgar as informações que quiser para outros governos.

Após a repercussão, no entanto, Trump afirmou que não era um dado altamente classificado.

A série de «incidentes» com os russos começaram a gerar diversas manifestações em prol de um impeachment do republicano de entidades e de membros da oposição.

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