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Passeatas pedem respostas sobre jovens desaparecidos no México

Parentes de jovens querem informar população sobre o caso | Pedro Pardo/AFP
Parentes de jovens querem informar população sobre o caso | Pedro Pardo/AFP

Parentes dos 43 estudantes mexicanos desaparecidos desde o final de setembro e representantes de organizações civis começaram nesta quinta-feira uma caminhada para exigir das autoridades notícias sobre o paradeiro dos jovens, rejeitando a investigação oficial que indica que eles foram assassinados. A iniciativa pretende também informar a população de outros Estados sobre o caso.

A Caravana Brigada Nacional dos 43 Desaparecidos, como está sendo chamada, se dividirá em três grupos, que partirão para vários pontos do país a partir do centro de formação de professores em que estudavam os jovens em Ayotzinapa, no Estado sulista de Guerrero.

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“Está acesa a chama da insurgência civil”, disse Felipe de la Cruz, um dos pais, explicando que o objetivo das caravanas é exigir que o governo dê uma resposta ao desaparecimento.

As caravanas percorrerão sete Estados do México, entre eles Chihuahua, que faz fronteira com os EUA, e Chiapas, na fronteira com a Guatemala. O plano é concluir as caminhadas na Praça da Constituição, na Cidade do México, capital do país, em 20 de novembro. Na ocasião, será realizado um comício para exigir esclarecimentos sobre o caso.

A organização dessas caravanas acontece em meio a uma série de protestos registrados desde que, na sexta-feira passada (7), a promotoria informou que, segundo traficantes presos, os 43 jovens teriam sido assassinados, e os corpos, incinerados e jogados em um rio após terem sido baleados por policiais em 26 de setembro.

Os disparos contra os estudantes teriam sido ordenados pelo agora ex-prefeito de Iguala, José Luis Abarca, e sua esposa. Ambos já foram detidos, depois de passarem semanas escondidos na Cidade do México.

Repercussões políticas

O caso teve repercussões políticas no país. Em 23 de outubro, o então governador de Guerrero, Ángel Aguirre, renunciou ao cargo. Na última quarta-feira (12), o procurador estatal, Iñaky Blanco, formalizou sua renúncia ante o Congresso.

Apesar dos protestos, o governo rebateu as críticas de que as autoridades responderam de forma tardia à crise, considerada uma das piores desde que o presidente Enrique Peña Nieto assumiu, prometendo restabelecer a segurança.

O subsecretário das Relações Exteriores mexicano, Juan Manuel Gómez Robledo, disse  que o caso terá investigação conduzida pela CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos).

Peritos argentinos confirmaram nesta semana a versão das autoridades do México, de que os primeiros cadáveres de covas coletivas analisados não são dos estudantes desaparecidos, acendendo uma chama de esperança entre os familiares de que os jovens estejam ainda vivos.

Estudantes queimam assembleia de Guerrero

Um grupo de cerca de 800 estudantes e professores invadiu em Chilpancingo o terreno do Congresso de Guerrero, Estado mexicano dos jovens desaparecidos em setembro, em protesto  contra o caso. A ação ocorreu na noite de quarta-feira.

Durante a manifestação, os participantes atearam fogo a cinco carros que estavam no estacionamento da assembleia. As chamas invadiram uma sala e parte do plenário, que tiveram móveis e uma janela queimados. Não houve feridos.

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