O robô Philae, enviado pela sonda Rosetta, não conseguiu se prender ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, devido a uma falha no lançamento dos ganchos de atracação, mas está conseguindo enviar um grande volume de dados à Terra, anunciou a Agência Espacial Europeia (ESA).
«O robô não se atracou à superfície», disse o gerente encarregado, Stephan Ulamec, a jornalistas, no centro de controle em solo em Darmstadt, Alemanha.
«Nós ainda não compreendemos totalmente o que está acontecendo», afirmou.
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Flutuações nos sinais de rádio sugerem que Philae pode ter pousado «em uma caixa de areia fofa» ou, suavemente, quicado na superfície e voltado.
«Então, hoje talvez não tenhamos pousado uma, mas duas vezes», acrescentou.
Alguns instrumentos a bordo do Philae enviaram à Terra «uma profusão de dados», afirmou.
«Esperamos estar posicionados lá, na superfície (do cometa), em uma posição sutilmente diferente daquela do pouso original, e poder continuar (a fazer) nossa ciência», prosseguiu.
Como esperado, o link de rádio entre Philae e Rosetta foi interrompido quando a sonda saiu do horizonte do robô, explicou Ulamec.
Segundo ele, os cientistas saberão mais da situação quando as comunicações forem retomadas, na quinta-feira (13).
O robô, de cem quilos, separou-se da sonda Rosetta, a que estava acoplado, depois de uma jornada que durou uma década e cobriu 6,5 bilhões de quilômetros.
Philae foi criado para pousar a suaves 3,5 km/h, disparar dois ganchos na superfície do cometa, que os engenheiros esperavam que pudessem dar suficiente firmeza ao robô para a realização de experimentos com seus 11 instrumentos científicos.
Entre os testes planejados estão perfurações na superfície do cometa e análises do gelo e da poeira em busca de assinaturas químicas.
Segundo a teoria corrente, os cometas bombardearam a nascente Terra 4,6 bilhões de anos atrás, trazendo para cá moléculas de carbono e a preciosa água, partes importantes da caixa de ferramentas fundamental para a vida no nosso planeta.
Em Toulouse, sul da França, o astrofísico Philippe Gaudon, que chefia a missão Rosetta na agência espacial francesa (CNES), afirmou que será difícil para Philae fazer perfurações no cometa se não estiver atracado.
«Apesar disso, Philae não tombou e parece estar se estabilizando», acrescentou Gaudon. «E vários instrumentos continuam a operar, sobretudo de medição de temperatura, vibração, magnetismo, etc».
Nos Estados Unidos, a agência espacial americana (Nasa) elogiou o pouso, o qual denominou de o avanço do momento.
«Nós saudamos a ESA pelo bem sucedido pouso no cometa», declarou John Grunsfeld, astronauta e administrador associado do Diretório de Missões Científicas da Nasa.
«Este feito representa o avanço do momento na exploração do nosso sistema solar e um marco para a cooperação internacional».
Grunsfeld destacou que três instrumentos da Nasa estão a bordo de Rosetta para mapear o núcleo do cometa e buscar sinais d’água.
«Estamos orgulhosos de fazer parte deste dia histórico e esperamos receber dados valiosos», disse.
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Clipe mostra a aproximação do cometa
Descida do módulo Philae
A missão do módulo, lançado pela sonda Rosetta, era uma das mais complexas da história. O planejamento começou há mais de uma década e a chance de sucesso era de apenas 50%. Em entrevista ao BandNews TV, o professor de Astronomia da USP, Amauri de Almeida, explicou a operação.