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Estado Islâmico decapita sete homens e três mulheres na Síria

Milicianos peshmerga combatem forças do Estado Islâmico no Sul do Iraque | Ako Rasheed/Reuters
Milicianos peshmerga combatem forças do Estado Islâmico no Sul do Iraque | Ako Rasheed/Reuters

O Estado Islâmico decapitou sete homens e três mulheres em uma região curda no norte da Síria, disse um grupo de monitoramento dos Direitos Humanos nesta quarta-feira, no que descreveu como uma campanha para atemorizar moradores que resistem ao avanço do grupo militante.

O diretor da entidade oposicionista Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdulrahman, disse que cinco combatentes curdos que lutavam contra o Estado Islâmico, incluindo três mulheres, e mais quatro rebeldes árabes sírios foram capturados e decapitados na terça-feira em um local 14 quilômetros a oeste de Kobani, uma cidade curda cercada pelo Estado Islâmico, nas proximidades da fronteira turca .

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Abdulrahman disse que um civil curdo também teve a cabeça arrancada.

«Não sei por que foram presos e decapitados. Somente o Estado Islâmico sabe o por quê. Eles querem assustar as pessoas», disse ele. A Reuters não pôde verificar a informação de modo independente.

O Estado Islâmico tem praticado várias decapitações de combatentes inimigos e civis na Síria e Iraque.

Tais atos são com frequência perpetrados em público e acompanhadas de uma mensagem de que qualquer oposição, violenta ou não violenta, não vai ser tolerada.

 

Turquia poderá deixar tropas estrangeiras usarem suas bases contra Estado Islâmico

A Turquia pode enviar tropas para a Síria e para o Iraque e permitir que soldados estrangeiros utilizem suas bases para incursões contra militantes do Estado Islâmico, de acordo com uma proposta do governo a ser debatida pelo Parlamento na quinta-feira.

O avanço de combatentes do Estado Islâmico para dentro do campo de visão de posições militares turcas na fronteira com a Síria aumentou a pressão para que o governo turco assuma um papel mais robusto na coalizão liderada pelos Estados Unidos que realiza ataques aéreos contra os insurgentes.

Os militantes também avançam sobre um túmulo no norte da Síria guardado por soldados turcos, disse o vice-primeiro-ministro Bulent Arinc na terça-feira.

A tumba de Suleyman Shah, avô do fundador do Império Otomano, se tornou território turco sob um tratado assinado com a França em 1921, quando a França dominava a Síria.

O governo apresentou a proposta para o Parlamento na noite de terça-feira, a qual ampliaria os poderes militares existentes, em uma tentativa de capacitar o Exército a “derrotar ataques direcionados a nosso país de todos os grupos terroristas no Iraque e na Síria”.

“O gabinete ministerial decidiu… pedir permissão do Parlamento… para enviar as Forças Armadas turcas caso necessário para outros países em operações e intervenções, e para posicionar militares estrangeiros na Turquia para o mesmo propósito”, disse a proposta.

Como o partido governista AK tem ampla maioria no Parlamento, a proposta deve ser aprovada.

A Turquia, membro da Otan, até agora se recusou a assumir um papel central na campanha militar liderada pelos EUA, temendo poder fortalecer o presidente sírio, Bashar al-Assad, e ajudar militantes curdos aliados de curdos turcos que há três décadas buscam maior autonomia.

O país também argumentou que apenas ataques aéreos teriam pouco efeito sobre a instabilidade a longo prazo de sua fronteira ao sul, que se estende por 1.200 quilômetros.

Mas sua retórica endureceu depois da captura de 46 turcos, cujo sequestro por militantes do Estado Islâmico deixaram Ancara receosa de tomar alguma atitude. Eles foram libertados neste mês.

Os EUA possuem uma base aérea em Incirlik, no sudoeste da Turquia, perto da fronteira síria.

 

França vai ampliar resposta militar ao Estado Islâmico, diz Hollande

O presidente francês, François Hollande, disse nesta quarta-feira que a França vai ampliar o seu compromisso militar na luta contra os militantes do grupo Estado Islâmico que tomaram o controle de partes do Iraque.

Em um comunicado divulgado depois que manteve uma reunião sobre o assunto, o gabinete de Hollande disse: «O presidente decidiu reforçar a resposta militar no local».

O comunicado não deu detalhes sobre como o compromisso militar seria expandido.

«A França vai continuar a usar de todos os meios para apoiar a oposição democrática na Síria», acrescentou o comunicado.

A França, depois de bombardeios dos Estados Unidos, recentemente começou também a lançar ataques aéreos contra militantes do Estado Islâmico que tomaram porções do norte do Iraque e têm a sua base na vizinha Síria.
Jatos de coalizão liderada pelos EUA atingem Estado Islâmico na Síria

Forças lideradas pelos EUA lançaram ataques aéreos sobre combatentes do Estado Islâmico que cercam uma cidade curda perto da fronteira da Síria com a Turquia, nesta quarta-feira, disseram fontes curdas locais e um grupo de monitoramento, em um raro ataque da coalizão durante o dia.

Um correspondente da Reuters no lado turco da fronteira pôde ouvir jatos à distância e viu uma coluna de fumaça negra subindo aos céus no sudeste da cidade.

“Hoje, jatos norte-americanos atingiram uma vila a 4 ou 5 quilômetros a sudeste de Kobani, e escutamos que eles destruíram um tanque (do Estado Islâmico)”, disse Parwer Mohammed Ali, um tradutor do grupo curdo YPD à Reuters por telefone a partir de Kobani, cidade também conhecida pelo nome de Ain al-Arab.

Os Estados Unidos têm realizado ataques no Iraque contra o grupo militante desde julho e na Síria desde agosto, com a ajuda de aliados árabes e da Grã-Bretanha. Usando principalmente ataques aéreos, a coalizão busca danificar e destruir bases e forças do grupo separatista da al Qaeda que tomou grandes faixas territoriais nos dois países.

Esmat al-Sheikh, comandante das forças curdas defendendo Kobani, disse ter havido cinco ataques, mas ele não sabia ainda se tinham sido bem sucedidos. “Os jatos ainda estão circulando”, disse ele por telefone.

O chefe do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdulrahman, disse que fontes curdas na frente de batalha haviam visto combatentes mortos do Estado Islâmico nos locais dos ataques aéreos.

“Curdos viram os corpos”, disse ele.

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