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Dilma destaca os avanços sociais na Assembleia Geral da ONU

Dilma fez o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU | Adrees Latif/Reuters
Dilma fez o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU | Adrees Latif/Reuters

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, destacou durante seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) os avanços sociais obtidos pelo Brasil ao longo dos últimos anos, e evidenciou os dados da FAO(braço das Nações Unidas para alimentação e agricultura) que apontam que o país superou o problema da fome.

Em seu discurso, a presidente afirmou também que, em seu governo, 22 milhões de pessoas deixaram a miséria, graças a medidas como a valorização do salário básico e as políticas sociais e de transferência de renda, entre outros.

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Conflitos

Em seu discurso, a presidente reforçou a posição do governo brasileiro contra intervenções militares na solução de conflitos bélicos ao redor do mundo. Como exemplo negativo da medida, Dilma citou o “massacre do povo sírio” e também a Palestina, o Iraque, e a Ucrânia. «O uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. Isso está claro na persistência da Questão Palestina; no massacre sistemático do povo sírio; na trágica desestruturação nacional do Iraque; na grave insegurança na Líbia; nos conflitos no Sahel e nos embates na Ucrânia», disse. «A cada intervenção militar não caminhamos para a paz, mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos.»

Também hoje, após a 69ª Assembleia Geral, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá para tratar especificamente do Estado Islâmico, grupo alvo de ataques militares da França e dos Estados Unidos. O presidente americano, Barack Obama, que presidirá a reunião, quer que os países-membros aprovem uma resolução obrigando-os a criar leis para impedir que seus cidadãos se unam ao grupo extremista, que conta com “voluntários” de diferentes nacionalidades.

Na terça-feira, ao comentar os ataques aéreos dos Estados Unidos na Síria, para combater o Estado Islâmico, Dilma disse que lamenta “enormemente” o conflito, e se posicionou contra a ação no país do Oriente Médio. Nesta quarta-feira, a presidente disse que o «Conselho de Segurança tem encontrado dificuldade em promover a solução pacífica desses conflitos». «Para vencer esses impasses será necessária uma verdadeira reforma do Conselho de Segurança, processo que se arrasta há muito tempo.»

Direitos Humanos

A presidente brasileira aproveitou seu discurso também para defender o combate à violência contra mulher, o racismo e a homofobia. Segundo Dilma, “é indispensável tomar medidas que protejam eficazmente os direitos humanos tanto no mundo real como no mundo virtual”. “Meu governo combate incansavelmente a violência contra a mulher em todas as suas formas”, disse. “O mesmo empenho que temos em combater a violência contra as mulheres e os afrobrasileiros temos também contra a homofobia”, afirmou a presidente, que destacou ainda a decisão do Judiciário brasileiro que reconheceu a união entre pessoas do mesmo sexo.

«Acreditamos firmemente na dignidade de todo ser humano e na universalidade de seus direitos fundamentais. Estes devem ser protegidos de toda seletividade e de toda politização tanto no plano interno como no plano internacional.»

Dificuldades na economia

A presidente afirmou também que, embora o Brasil tenha «conseguido resistir às consequências mais danosas da crise global, ela também nos atingiu, de forma mais aguda, nos últimos anos.» Segundo Dilma, «tal fato decorre da persistência, em todas as regiões do mundo, de consideráveis dificuldades econômicas, que impactam negativamente nosso crescimento».

Ao falar sobre economia, afirmou que há um «descompasso entre a crescente importância dos países em desenvolvimento na economia mundial e sua insuficiente participação nos processos decisórios das instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário e o Banco Mundial». «É inaceitável a demora na ampliação do poder de voto dos países em desenvolvimento nessas instituições. O risco que estas instituições correm é perder sua legitimidade e sua eficiência.»

Veja o discurso:

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