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Bombardeios na Síria visam evitar ataque contra EUA e Europa, dizem autoridades

Os Estados Unidos, com aliados árabes, lançaram bombardeios aéreos contra Estado islâmico na Síria na terça-feira | Ammar Abdullah/Reuters
Os Estados Unidos, com aliados árabes, lançaram bombardeios aéreos contra Estado islâmico na Síria na terça-feira | Ammar Abdullah/Reuters

Alguns dos bombardeios aéreos dos Estados Unidos em território sírio tinham como objetivo conter militantes da Al Qaeda em estágios finais de um ataque contra os EUA ou Europa, disseram duas autoridades norte-americanas nesta terça-feira, sob condição de anonimato.

Uma das autoridades disse à agência Reuters que os EUA acreditavam que os militantes se «aproximavam da fase de execução» de um ataque na Europa ou nos EUA.

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Antes, as Forças Armadas norte-americanas disseram ter conduzido oito ataques contra os militantes, que algumas vezes são chamados de Grupo Khorasan. Os militares citaram um «ataque iminente contra os EUA e os interesses do Ocidente.»

Ao menos 13 bombardeios aéreos ocorreram na Síria perto da fronteira com o Iraque nesta quarta-feira, segundo dia de ataque contra militantes do Estado Islâmico, que conquistaram território em ambos os lados da fronteira, informou um grupo que monitora o conflito.

O diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdulrahman, disse à Reuters que os ataques atingiram a cidade fronteiriça de Albu Kamal e áreas vizinhas.

Os Estados Unidos, com aliados árabes, lançaram bombardeios aéreos contra Estado islâmico na Síria na terça-feira. Segundo um porta-voz do Exército norte-americano, aqueles ataques eram «apenas o começo».

Albu Kamal, situada na principal rodovia no vale do rio Eufrates, é uma das mais importantes cidades nos limites entre o Iraque e a Síria, ao longo de uma fronteira que o Estado islâmico quer eliminar, depois de ter tomado território de ambos os lados e declarado um califado.

A área em torno de Albu Kamal foi o foco de pesado bombardeio das forças lideradas pelos Estados Unidos no primeiro dia de sua campanha aérea no leste da Síria. O Observatório disse que cerca de 22 ataques atingiram a região na terça-feira.

‘Um novo Vietnã’

O EI divulgou um novo vídeo em que o jornalista britânico John Cantlie, refém do grupo, diz que a intervenção dos EUA no Iraque vai criar “um novo Vietnã”. (veja no final deste texto)

No vídeo, de cerca de seis minutos, Cantlie diz que Obama será “sugado” para uma nova guerra que não poderá vencer. Ele também descreve o EI como o “mais poderoso movimento jihadista da história recente” e prometeu novos “programas”.

Diante da ONU, Dilma critica investida e defende diálogo

Na abertura da Cúpula da ONU sobre o Clima, nesta terça-feira em Nova York, a presidente Dilma Rousseff criticou o ataque da coalizão liderada por Washington contra o EI (Estado Islâmico) na Síria. Ela disse que o Brasil “sempre” defende o diálogo.

“Lamento enormemente (os ataques). O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU”, disse a presidente. “Não acho que podemos deixar de considerar uma questão. Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência”, disse.

Segundo ela, “perda de vidas humanas dos dois lados, agressões sem sustentação aparentemente podem dar ganhos imediatos, mas depois causam prejuízos e turbulências”.

Dilma prometeu deixar clara a posição do Brasil amanhã, no discurso de abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU, também em Nova York.

Líder do Hezbollah se opõe a ação liderada pelos EUA na Síria

O líder do Hezbollah disse nesta terça-feira que o grupo xiita libanês se opõe a ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos sobre a Síria.

Sayyed Hassan Nasrallah, cujo grupo tem ajudado o presidente da Síria, Bashar al-Assad, a combater uma insurgência sunita, fez os comentários depois de ataques contra o Estado Islâmico e outros grupos na vizinha Síria.

«Somos contra a intervenção militar norte-americana e uma coalizão internacional na Síria, se isso (ação) é contra o regime ou o Estado Islâmico», disse Nasrallah em um discurso transmitido pela televisão Al Manar, controlada pelo Hezbollah.

Erdogan diz que Turquia pode dar apoio militar a coalizão

A Turquia pode dar apoio logístico ou militar aos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos contra os insurgentes do Estado Islâmico na Síria, disse o presidente turco, Tayyip Erdogan, nesta terça-feira.

«Vamos dar o apoio necessário à operação. O apoio pode ser militar ou logístico», disse Erdogan a repórteres em Nova York, de acordo com a emissora turca NTV.

Os Estados Unidos e seus aliados árabes bombardearam a Síria pela primeira vez nesta terça-feira, matando dezenas de combatentes do Estado Islâmico e membros de um grupo separado ligado à Al Qaeda, abrindo uma nova frente contra os militantes ao ingressar na guerra civil de três anos na Síria.

A Turquia, que integra a aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), vinha descartando até agora assumir um papel militar na coalizão. O país está em alerta com o Estado Islâmico, mas também se preocupa com os combatentes curdos e se opõe a qualquer ação que possa ajudar o presidente sírio, Bashar al Assad.

A Turquia tem uma grande base militar dos Estados Unidos na cidade de Incirlik, no sul, que autoridades afirmam que não foi utilizada até agora em qualquer ação letal no Iraque ou na Síria.

Erdogan disse que a Turquia considera positiva a ação liderada pelos EUA e que a ofensiva deve continuar.

Míssil Tomahawk é lançado do Golfo Pérsico nesta terça | Mass Communication Specialist 1st Class Eric Garst/U.S. Navy/Handout/Reuters
Míssil Tomahawk é lançado do Golfo Pérsico nesta terça | Mass Communication Specialist 1st Class Eric Garst/U.S. Navy/Handout/Reuters

 

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