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Epidemia de ebola está ‘contida’ na Nigéria e no Senegal, diz OMS

Vestido com roupas  especiais de proteção, voluntário trabalha em centro de tratamento a infectados com ebola na cidade de Monrovia, na Libéria | James Giahyue/Reuters
Vestido com roupas especiais de proteção, voluntário trabalha em centro de tratamento a infectados com ebola na cidade de Monrovia, na Libéria | James Giahyue/Reuters

A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse nesta segunda-feira que a epidemia de ebola está “praticamente contida” em dois dos cinco países atingidos, Nigéria e Senegal. O número de mortos, entretanto, subiu para 2.811 em 5.864 casos.

Nos três países mais atingidos, Libéria, Serra Leoa e Guiné, a doença continua a se espalhar, com um primeiro caso confirmado no distrito de Kindia, na Guiné. O aumento no número de mortos também foi registrado nos três países. Mais da metade aconteceu na Libéria, onde 1.578 pessoas já morreram. Outras 632 morreram na Guiné e 593 em Serra Leoa.

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Segundo a OMS, os números ainda podem ser revistos e atualizados.

OMS libera viagens e negócios em áreas atingidas pelo ebola

Assessores de saúde independentes a serviço da Organização Mundial de Saúde (OMS) avaliaram que não deve haver uma proibição a viagens e negócios com países atingidos pela epidemia de ebola no oeste da África, informou a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira.

Algumas companhias aéreas pararam de voar para as áreas afetadas, e a OMS e outras agências afirmaram que isso atrapalhou os esforços de auxílio e a chegada dos especialistas até as vítimas do pior surto já registrado da febre hemorrágica.

Em um comunicado divulgado depois da segunda reunião do Comitê de Emergência, na semana passada, a OMS disse que o Ebola já matou pelo menos 2.793 pessoas em cinco países e continua sendo “uma emergência de saúde pública de relevância internacional».

“O cancelamento de voos e outras restrições de viagem continuam a isolar os países afetados, resultando em consequências econômicas prejudiciais, e obstruem os esforços de auxílio e reação, criando o risco de uma disseminação internacional maior”, afirmou o comunicado.

“O Comitê reiterou enfaticamente que não deve haver uma proibição generalizada a viagens e negócios…”

Os especialistas exortaram as autoridades das nações atingidas – Guiné, Libéria, Nigéria, Senegal e Serra Leoa – a trabalharem com os setores marítimo e aeronáutico para solucionar suas diferenças e “desenvolver uma resposta coordenada” às questões de transporte.

Infecções pelo ebola podem triplicar para 20 mil até novembro, diz OMS

As infecções pelo vírus ebola podem triplicar para 20 mil casos até novembro, aumentando em milhares todas as semanas, caso os esforços para conter o surto não sejam reforçados, advertiu nesta terça-feira (23) a Organização Mundial da Saúde (OMS). «Se não travarmos a epidemia muito em breve, isto vai passar de um desastre para uma catástrofe», disse Christopher Dye, o responsável de estratégia da OMS e coautor de um estudo divulgado nesta terça-feira.

Caso não seja controlado, o surto pode arrastar-se por anos e possivelmente tornar-se endêmico na África Ocidental, onde já matou mais de 2,8 mil pessoas. «Sem melhorias drásticas nas medidas de controle, o número de casos do vírus e de mortes devido ao ebola deverá continuar a aumentar de centenas para milhares por semana nos próximos meses», aponta o estudo.

«Preferimos apontar as projeções até dia 2 de novembro, mas se avançarmos para 2 de janeiro [2015], [o número de vítimas] pode ser de centenas de milhares», disse Dye aos jornalistas em Genebra, onde fica a sede da organização.

O responsável admitiu que o receio é que o ebola se torne uma característica «mais ou menos permanente» da população humana.

Na região afetada pelo surto, o país que enfrenta os maiores desafios é a Libéria, onde mais de 3 mil pessoas foram infectadas e mais da metade morreram, numa situação em que as autoridades de saúde se veem forçadas a rejeitar apoio a pessoas devido à falta crônica de camas e de pessoas.

No país, encontram-se cerca de 150 trabalhadores de saúde estrangeiros, mas são necessários pelo menos 600.

Em Serra Leoa, onde mais de 1,8 mil pessoas foram infectadas e cerca de 600 morreram, há uma «inundação de corpos», depois de terem sido descobertos 200 novos casos, segundo Dye.

O estudo da OMS, elaborado pelo Imperial College, de Londres, prevê que se não for tomada uma medida relevante, o número de casos confirmados e prováveis em 2 de novembro será de 5.925 na Guiné-Conacri, 9.939 na Libéria e 5.063 em Serra Leoa.

De acordo com o estudo, a taxa de fatalidade real é superior à que tem sido estimada de uma morte em cada duas infecções, sendo na verdade de 71%.

As Nações Unidas tentam conseguir US$ 1 bilhão para derrotar o pior surto do ebola, que o Conselho de Segurança já classificou de ameaça à paz mundial.

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