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Austrália descobre plano de atentados do Estado Islâmico em seu território

| David Gray/Reuters
A polícia apreendeu uma arma de fogo e um sabre; quinze pessoas foram detidas | David Gray/Reuters

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A Austrália anunciou nesta quinta-feira a detenção de 15 pessoas e a descoberta de planos dos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), que pensavam, segundo a imprensa, em decapitar um civil e filmar o assassinato.

Mais de 800 policiais participaram na operação em Sydney e Brisbane, nos estados de Queensland e Nova Gales do Sul, com o objetivo de deter 25 supostos integrantes da mesma rede.

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A operação, a maior do tipo organizada na Austrália, acontece apenas uma semana depois de Canberra ter elevado o nível de alerta ante a ameaça representada pelos combatentes australianos do EI, em seu retorno do Oriente Médio.

A polícia apreendeu uma arma de fogo e um sabre. Quinze pessoas foram detidas, incluindo um suspeito de 22 anos, Omarjan Azari, que foi colocado em prisão preventiva por planejado um ato que pretendia «aterrorizar», anunciou o Ministério Público.

Segundo a acusação, Azari recebeu ordens do australiano de maior posto dentro da estrutura do EI, Mohamad Baryalei, nascido no Afeganistão, para «selecionar pessoas de maneira aleatória com o objetivo de executá-las de maneira horrível» e filmar os atos, afirmou o promotor Michael Allnutt.

O canal público ABC informou que as imagens seriam enviadas à unidade de comunicação do EI no Oriente Médio antes da divulgação. A polícia decidiu realizar a operação depois de interceptar uma mensagem de «um australiano que estaria bem situado na hierarquia do EI, com um apelo às redes de apoio na Austrália a cometer assassinatos públicos», afirmou o primeiro-ministro Tony Abbott.

«Não são apenas suspeitas, e sim intenção. Esta foi a razão que levou a polícia e as força de segurança a agir», disse o premiê, que mencionou informações sobre eventuais decapitações públicas.

Além da recente decapitação de três reféns ocidentais, a forma de ação planejada lembra o assassinato do soldado britânico Lee Rigby, em 22 de maio de 2013 a plena luz do dia em uma rua do sul de Londres.

Dois londrinos de origem nigeriana esfaquearam o soldado e praticamente o decapitaram diante dos olhares estupefatos das pessoas que passavam pela rua. «Estas pessoas, lamento dizer, não nos odeiam pelo que fazemos, nos odeiam pelo que somos e a forma que vivemos», disse Abbott.

Quase 60 australianos combatem entre os jihadistas no Iraque e na Síria, e quase 100 concedem, a partir da Austrália, apoio ativo aos movimentos sunitas radicais, segundo as forças de segurança do país.

Para o ministro da Imigração, Scott Morrison, a operação demonstra a «ameaça muito real» que a Austrália enfrenta e justifica a «enérgica resposta do governo».

Na semana passada, a polícia prendeu dois supostos recrutadores do EI em Brisbane. Na quarta-feira, fechou uma agência que enviava dinheiro para supostamente financiar o grupo jihadista.

A Austrália participa ao lado dos Estados Unidos na luta contra os jihadistas com material militar e a entrega de ajuda humanitária.

Canberra deve mobilizar 600 militares para participar na luta contra o EI.

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