Mais de 20 mil pessoas podem ser infectadas no atual surto de ebola na África Ocidental, disse nesta quinta-feira a OMS (Organização Mundial da Saúde), ao apresentar um plano para combater o surto. Como cerca de metade dos pacientes contaminados no atual surto morreu, a agência diz que o número de mortos pode chegar a 10 mil.
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A entidade disse ainda que a doença pode se espalhar para mais países e que o número real de casos pode já ser duas a quatro vezes maior do que os 3.069 oficialmente relatados desde março. O número de mortos em consequência da doença já chegou a 1.552.
Plano estratégico
O plano da agência de saúde da ONU prevê ações nos quatro países da África Ocidental que se tornaram focos de contaminação da febre hemorrágica. O surto começou em março na Guiné e se espalhou pelos vizinhos Libéria e Serra Leoa. Mais tarde, chegou à Nigéria.
“Não se trata de um problema da África Ocidental. É uma questão global de segurança sanitária”, disse em Genebra o diretor-geral adjunto da OMS, Bruce Aylward, ao apresentar o plano e a sombria avaliação da entidade sobre a doença.
‘Problema global’
“Esse planejamento assume que em muitas áreas de intensa transmissão o número real de casos pode ser de duas a quatro vezes maior do que o relatado atualmente”, disse a ONU. “O plano reconhece que o número agregado de casos da Doença do Vírus Ebola (como é chamada oficialmente) pode ultrapassar os 20 mil no decorrer desta emergência”.
O fato de se espalhar rapidamente exige, segundo a OMS, uma “resposta internacional imensa e coordenada”. “É uma operação enorme”, disse Aylward.
“Estamos falando de mais de 12 mil pessoas atuando em múltiplas localidades e em circunstâncias de alto risco. É uma operação cara”, declarou.
Vacina será testada em humanos
Uma vacina experimental para combater o ebola fabricada pela farmacêutica GSK (GlaxoSmithKline) será testada em humanos. Se o resultado for positivo, a empresa planeja montar um estoque de até 10 mil doses para uso de emergência.
O trabalho de pesquisa está sendo acelerado com o financiamento de um consórcio internacional, refletindo a crescente preocupação com o surto.
A vacina da GSK, desenvolvida em parceria com os NHI (Institutos Nacionais de Saúde) dos EUA, deve ser dada a 60 voluntários saudáveis na Grã-Bretanha e nos EUA a partir de meados de setembro. O programa será estendido para Gâmbia e Mali.
O diretor do Jenner Institute, da Universidade de Oxford, Adrian Hill, disse que não há riscos envolvidos nos testes. Ele espera conseguir os voluntários no país.
Segundo a GSK, que é a maior fabricante britânica de medicamentos, a primeira fase de testes começará assim que receber aprovações éticas e regulatórias.
O Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas do NHI também está trabalhando em um programa mais amplo de testes clínicos, incluindo uma versão da vacina da GSK que poderia combater uma segunda linhagem do ebola, assim como a do oeste africano.
Pesquisadores dos EUA planejam ainda testes em humanos de uma vacina desenvolvida por cientistas do governo canadense.