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Horas após o fracasso de uma nova trégua entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, que provocou acusações dos dois lados, uma nova tentativa de cessar-fogo foi proposta pelo Egito. Segundo autoridades israelenses e palestinas, que disseram ter concordado com a proposta, a trégua humanitária de 72 horas deveria entrar em vigor às 5h desta terça-feira (2h em Brasília).
“Concordamos em começar a implementar a iniciativa egípcia. Se o cessar-fogo for mantido, não haverá necessidade de qualquer presença de forças (israelenses) na Faixa de Gaza”, afirmou um funcionário, falando sob condição de anonimato.
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Segundo a imprensa israelense, o gabinete de segurança do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu chegou à decisão em uma rodada de telefonemas.
O Hamas, grupo islâmico que domina a Faixa de Gaza, também disse ter concordado com a iniciativa do Cairo. “O Hamas comunicou ao Egito há pouco tempo sobre a sua aceitação de um período de 72 horas de calma”, disse o porta-voz do grupo, Sami Abu Zuhri.
Sete horas
Mais cedo, palestinos e israelenses acusaram uns aos outros de romperem um cessar-fogo de sete horas, cuja intenção era permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestino costeiro. A tentativa fracassou logo depois de ter entrado em vigor nesta segunda-feira.
Palestinos disseram que Israel havia bombardeado um campo de refugiados na Cidade de Gaza, matando uma menina de oito anos e ferindo 29 pessoas. O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al-Qidra, disse que o ataque aéreo a uma casa no campo de Shati aconteceu após a trégua ter começado, segunda de manhã (horário local).
Israel, por sua vez, disse que ao menos quatro foguetes haviam sido disparados contra seu território a partir da Faixa de Gaza. Uma porta-voz militar israelense disse dois dos mísseis explodiram dentro de Israel, sem deixar mortos ou provocar danos. Segundo ela, o Exército está apurando o que aconteceu no campo de refugiados palestino.
Israel lançou sua ofensiva em 8 de julho depois de uma onda de disparos de foguetes por militantes islâmicos da Faixa de Gaza. Ao menos 1.834 palestinos, a maioria civis, foram mortos nos combates. No lado israelense, 64 soldados morreram em combate, além de três civis.
Domo de Ferro
Nesta segunda, o presidente dos EUA, Barack Obama, assinou uma resolução para o fornecimento de ajuda emergencial ao sistema israelense de defesa antimísseis Domo de Ferro. A ajuda foi aprovada apesar de um endurecimento de Washington nas críticas aos ataques israelenses e ao número elevado de civis mortos na ofensiva.
No domingo os EUA condenaram Israel por um ataque a uma escola da ONU em que ao menos 10 pessoas foram mortas. O ataque foi o terceiro, desde o início da ofensiva, contra uma instalação educativa das Nações Unidas.
O projeto assinado ontem por Obama foi aprovado no Senado dos EUA na sexta-feira passada.
Palestino mata homem e vira ônibus em Jerusalém
Um palestino de cerca de 20 anos matou um israelense e virou um ônibus com uma escavadeira em Jerusalém. Em outro incidente, também em Jerusalém, um atirador feriu um soldado e fugiu em uma moto.
Não havia passageiros no ônibus atingido pela escavadeira em um bairro ultraortodoxo da cidade. Imagens de câmeras de segurança transmitidas pela TV israelense mostraram o braço mecânico da escavadeira abrindo a lateral do ônibus capotado na calçada. O homem foi morto a tiros por forças de segurança no local. A polícia israelense identificou o operador como um palestino de Jerusalém oriental e descreveu o incidente como um “ataque terrorista”.
Horas mais tarde, um atirador disparou contra um soldado, que ficou gravemente ferido no estômago. O homem, não identificado, saltou em uma moto e fugiu, informou a polícia. “Temos uma forte suspeita de que isso foi um ataque terrorista”, disse a um canal local de TV Yossi Parienti, chefe de polícia de Jerusalém.
Estado de alerta
Em função dos ataques, Tel Aviv, coração comercial de Israel, foi colocada em alerta. A polícia montou barreiras nas ruas, causando congestionamentos generalizados.
Ninguém assumiu de imediato a autoria dos ataques, mas um porta-voz do Hamas declarou: “Louvamos as operações heroicas e corajosas em Jerusalém, reação natural aos crimes e massacres da ocupação (de Israel) contra nosso povo em Gaza”.
O ministro da Segurança Interna, Yitzhak Aharonovitch, disse que o conflito despertou temores de ataques a cidades israelense.
“Desde o momento em que os combates começaram, percebemos que agressões individuais como essa podiam acontecer, e ataques com tratores são comuns em Jerusalém”, declarou.