A Ucrânia não reconhecerá nunca a incorporação da Crimeia à Rússia, afirmou nesta terça-feira o porta-voz da diplomacia de Kiev, Evguen Perebyinis. «Não reconhecemos e não reconheceremos nunca a chamada independência e o chamado acordo de incorporação da Crimeia à Rússia», declarou Perebyinis.
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O porta-voz também afirmou que o acordo assinado em Moscou «não tem nada a ver com a democracia, o direito e o senso comum».
Acordo
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Nesta terça, Putin assinou, com os novos líderes pró-russos da Crimeia, um acordo sobre a incorporação da península do sul da Ucrânia à Rússia com efeitos imediatos. A assinatura aconteceu ao fim do discurso do presidente – ante o parlamento russo e os governadores de regiões do país -, marcado pelo patriotismo e mensagem crítica ao Ocidente. «A República da Crimeia é considerada como incorporada à Federação Russa a partir da assinatura do acordo», afirmou.
Em discurso no parlamento, o presidente russo disse que o referendo de domingo que mostrou o desejo da Crimeia de se anexar à Rússia foi democrático e seguiu as leis internacionais. Vladimir Putin afirma que a Crimeia, “no coração e a na consciência das pessoas, sempre foi e permanece como uma parte inseparável da Rússia”.
O russo também analisou o posicionamento de outros países na questão. «Os ocidentais cruzaram a linha vermelha e se comportaram de forma irresponsável» na crise ucraniana, afirmou Putin, que denunciou o cinismo ocidental de agir segundo «a lei do mais forte» e «ignorar o direito internacional».
Apesar de o documento ter entrado imediatamente em vigor, os parlamentares russos deverão ratificar uma lei que inclua na Federação Russa duas novas entidades, a Crimeia e a cidade de Sebastopol, que tem um status particular. A data da ratificação, uma simples formalidade, não foi anunciada.
Putin analisou posicionamento de outros países sobre a questão:
Comunicado
Mais cedo, em um comunicado, Putin afirmou que está formalmente disposto a ratificar um acordo que prevê a incorporação da Crimeia à Rússia, uma península do sul da Ucrânia, em um comunicado publicado nesta terça-feira no site do Kremlin. No documento, o chefe de Estado pede aos poderes públicos russos – governo e Parlamento – que aprovem o acordo e considera «oportuno» ratificá-lo.
Na segunda-feira, Putin assinou um decreto que reconhece a independência desta república de língua russa do sul da Ucrânia, abrindo o caminho para anexação à Federação Russa. Em termos gerais do direito internacional, o reconhecimento da Crimeia como um Estado independente é uma etapa necessária para a integração, algo que deve ser objeto de um acordo entre dois Estados independentes.
Ontem à noite, Putin reconheceu a independência da Crimeia, uma medida que foi considerada o primeiro passo antes da incorporação à Rússia. «O presidente estabelecerá sua posição a respeito do pedido da Crimeia de virar uma parte da Rússia, em conformidade com o resultado do referendo», afirmou Serguei Naryshkin, presidente da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento.