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Austrália diz que avião malaio não passou pelo país

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, afirmou nesta segunda-feira que não recebeu nenhuma informação sobre a possibilidade de que o Boeing 777 da Malaysia Airlines, desaparecido misteriosamente há nove dias, tenha sobrevoado as costas do país.

As autoridades malaias anunciaram no fim de semana que a aeronave foi «deliberadamente» desviada de sua rota entre Kuala Lumpur e Pequim e que, depois de desaparecer dos radares civis, uma hora depois da decolagem, permaneceu em voo durante quase sete horas.

Um sinal de satélite teria mostrado o Boeing 777 em um espaço pouco provável, entre o norte da Tailândia e a Ásia central. Outra possibilidade, mais lógica, é uma área entre a Indonésia e o Oceano Índico. «Não tenho nenhuma informação a respeito. Todas as agências que podem ajudar estão revisando os dados para tentar contribuir e solucionar este mistério», declarou Abbott.

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O primeiro-ministro australiano disse esperar que «lições sejam aprendidas neste caso para o acompanhamento dos aviões durante o voo». A Austrália enviou dois aviões de vigilância para ajudar na busca do Boeing desaparecido. Uma das aeronaves participa nas operações no Índico.

Comunicação teria sido desligada:

Malaysia Airlines diz que não se sabe quando sistema de comunicação de avião foi desligado

Um dos sistemas de comunicação do avião desaparecido da Malaysia Airlines pode ter sido desligado antes ou depois do último contato verbal com o controle aéreo, que provavelmente foi feito pelo co-piloto da aeronave, informou o presidente-executivo da companhia aérea nesta segunda-feira.

«Nós não sabemos quando o sistema Acars foi desligado. O que sabemos é a última transmissão», disse a repórteres o presidente-executivo Ahmad Jauhari Yahya.

A suspeita de sequestro ou sabotagem aumentou no domingo, depois que autoridades disseram que a última mensagem a partir do cockpit foi feita por rádio depois que alguém havia começado a desligar o Acars, um dos sistemas de rastreamento automático do avião.

Buscas

Ontem, o governo da Malásia anunciou que o número de países envolvidos nos esforços para encontrar o Boeing 777 desaparecido praticamente dobrou e chegou a 25, em um novo esforço para encontrar a aeronave em uma ampla área de mar e terra. «O número de países envolvidos na operação de busca e resgate aumento de 14 a 25, o que representa novos desafios em termos de coordenação e diplomacia», disse o ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein.

A Malásia destacou, no sábado, que os dados por satélite mostravam que o voo 370 da Malaysia Airlines pode ter prosseguido a viagem para um destino desconhecido, em uma ampla zona que vai do Cazaquistão até o sul do Oceano Índico, depois de ter desaparecido dos radares civis em 8 de março.

Hishammuddin disse em uma entrevista coletiva que a Malásia, que coordena a busca, entrou em contato neste domingo com as autoridades de pelo menos 22 países para solicitar ajuda. O auxílio inclui informação por satélite e dados militares sensíveis de países como Estados Unidos, China e França.

Hisshammuddin, questionado sobre as possibilidades de sucesso em uma área de busca tão ampla, admitiu a dificuldade da tarefa. «Esperamos que as partes possam prestar seu apoio e nos ajudar a reduzir a busca a uma zona muito mais factível», disse.

A polícia malaia anunciou que busca informações sobre todos os passageiros com outros países e agências de inteligência, ao mesmo tempo que reforça as investigações sobre o motivo do desvio proposital do Boeing 777 de sua ruta original Kuala Lumpur-Pequim.

A polícia revistou no sábado as residências do piloto e do copiloto e apreendeu o simulador de voo que o capitão da aeronave, Zaharie Ahmad Shah, construiu em casa.

China

No sábado, o governo malaio anunciou que a desativação dos sistemas de comunicação e a brusca mudança de rumo do avião da Malaysia Airlines eram «coerentes com uma ação deliberada de alguém» dentro da aeronave. Das 239 pessoas a bordo do Boeing, 153 eram cidadãos chineses. «É evidente que o anúncio de informações tão essenciais chega terrivelmente tarde, após sete dias atrozes para os familiares dos passageiros desaparecidos», afirmou a agência oficial Xinhua.

A agência considera a demora «inaceitável» e destaca que a Malásia «não pode fugir de sua responsabilidade». «Com a ausência, ou ao menos a falta, de informação pontual comprovada, grandes esforços foram desperdiçados, concentrando as operações de busca em uma área na qual não estava o avião. Isso demonstra que as operações de busca dos oito últimos dias foram totalmente vãs e falharam no essencial. As hipóteses que as autoridades malaias se esforçavam para desmentir se mostraram exatas», criticou o jornal «Beijing Times».

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