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Rússia veta resolução da ONU contra referendo na Crimeia

A Rússia vetou neste sábado um rascunho de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que declara que o planejado referendo sobre o status da região ucraniana da Crimeia «pode não ter validade» e pede que nações e organizações internacionais não o reconheçam.

«Este é um triste e marcante momento», disse Samantha Power, embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, após o voto dos 15 membros do Conselho de Segurança.

O veto russo ao rascunho da resolução, feito pelos Estados Unidos, já era esperado. Moscou, que enviou forças militares para a Crimeia, apoia o referendo de domingo, o qual pode transferir o controle da região da Ucrânia para a Rússia.

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No total, 13 países votaram a favor, a Rússia votou contra enquanto a China se absteve. A Rússia e a China estão entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, com direito a veto.

Gerard Araud, embaixador da França na ONU, disse estar incrédulo sobre o que chamou de anexação da Crimeia pela Rússia, com o pretexto de proteger russos na região.

A breve resolução observou que o referendo não foi apoiado pelo governo da Ucrânia, em Kiev.

«Este referendo não pode ter validade e não pode formar a base para qualquer alteração do estatuto da Crimeia», diz o rascunho. O Conselho exorta «todos os Estados, organizações internacionais e agências especializadas a não reconhecer qualquer alteração do estatuto da Crimeia com base neste referendo».

A votação de domingo, vista como ilegal por Kiev, levou a pior crise Ocidente-Oriente desde a Guerra Fria, e elevou as tensões não apenas na Crimeia, mas também no leste da Ucrânia, onde duas pessoas morreram em confronto na sexta-feira.

Protesto anti-Putin

A Rússia viu o maior protesto da oposição em quase dois anos em Moscou neste sábado, quando milhares de pessoas tomaram as ruas para se manifestarem tanto contra e quanto a favor da política do presidente Vladimir Putin, na Ucrânia.

A Crimeia vota no domingo se deseja se unir a Rússia, depois que forças russas tomaram controle da península, motivando o pior conflito entre Ocidente e Oriente desde a Guerra Fria.

A maioria dos russos aprova as ações de Putin e acredita que a Crimeia é parte da Rússia. Mas uma minoria está com medo, temendo que Putin se arrisca a começar uma guerra com outra nação eslava que já foi um país irmão.

Apesar de menores que os protestos que ele enfrentou depois das eleições parlamentares de 2011, as manifestações anti-guerra deste sábado, que testemunhas dizem que chegou a reunir 30 mil pessoas, é um sinal que a intervenção na Ucrânia pode significar um marco no movimento de oposição, que perdeu muita força.

Desde que foi reeleito presidente, em 2012, Putin trabalhou para neutralizar a oposição, pensando nos protestos que derrubaram os governos da Geórgia e da Ucrânia, em 2003 e 2004-05 – ações que ajudam a explicar a sua antipatia pelo movimento que depôs o presidente ucraniano pró-Rússia, Viktor Yanukovich, no mês passado.

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