O governo da Ucrânia pediu ao Conselho da Segurança da ONU que detenha o avanço das tropas russas na Crimeia. Moscou já enviou 15 mil soldados à zona de conflito. A quantidade de militares que desembarcaram no aeroporto de Simferopol, nos últimos dois dias, levou o presidente interino da Ucrânia a pedir ajuda às Nações Unidas.
Em reunião do Conselho de Segurança em Nova York, o embaixador ucraniano Yuriy Sergeyev apelou aos colegas que freiem as ações do Exército russo. Ele acusa o Kremelin de violar brutalmente as leis internacionais de soberania.
A representante dos Estados Unidos na ONU pediu o fim imediato da intervenção russa na Ucrânia. Samantha Power declarou que as aspirações do povo ucraniano devem ser respeitadas. E que nenhuma nação tem o direito de intervir nas mudanças políticas que estão ocorrendo em Kiev.
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O embaixador russo rebateu as críticas e classificou a reunião como um «jogo sem regras». A Casa Branca voltou a dizer que o presidente Barack Obama mantém conversas com o colega Vladimir Putin, sobre a crise política na Crimeia.
O presidente russo, por sua vez, respondeu que Moscou se reserva no direito de proteger seus interesses, quando há risco de violência nas fronteiras. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu calma às partes envolvidas no conflito.
As Nações Unidas estão «profundamente preocupadas» com a situação na Crimeia. Moscou já enviou 15 mil soldados à zona de conflito. O porta-voz da ONU confirmou que o Conselho de Segurança se reuniu, pelo segundo dia consecutivo, para discutir a crise entre Ucrânia e Rússia.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, informou em nota que está disposto a falar diretamente com o presidente russo, Vladimir Putin, para buscar uma solução pacífica ao impasse.
No breve pronunciamento deste sábado, a ONU repetiu os termos usados por Barack Obama, na sexta-feira: o desembarque de tropas russas na Crimeia é motivo de «profunda preocupação».
Presidente ucraniano coloca Exército em ´alerta máximo´
O presidente interino da Ucrânia já anunciou que as Forças Armadas do país estão em «alerta máximo». Oleksander Turchinov declarou publicamente que os militares ucranianos estão prontos para reagir, caso a tensão no sul do país resulte em conflito armado.
A decisão veio depois de uma reunião com o ministro da Defesa e os responsáveis pelos setores de segurança interna. Em pronunciamento na TV, o presidente interino disse que não há base legal para a Rússia intervir militarmente no país vizinho.
Já o primeiro-ministro da Ucrânia propôs, mais uma vez, uma solução diplomática para o impasse. O premier declarou que um conflito armado seria o fim de relação amigável entre a Ucrânia e a Rússia.
Tensão já toma conta de províncias vizinhas à Crimeia
A tensão começa a tomar conta de províncias vizinhas à Crimeia. Na cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, uma manifestação pró-Rússia reúne centenas de apoiadores. O governo interino da Ucrânia observa com preocupação o crescente apoio popular às medidas de Moscou.
As marchas pró-Rússia podem desencadear uma nova onda de protestos violentos, e dificultar as eleições programadas para este ano. O ministro da Defesa da Ucrânia disse que mais tropas desembarcaram no aeroporto de Simferopol, neste sábado. E que o número de soldados russos em território ucraniano já passa de seis mil.
Pelo menos dois aviões de grande porte aterrissaram na Crimeia, trazendo tanques e equipamentos bélicos. O espaço aéreo da região passou para o controle de Moscou. A guarda costeira ucraniana, que monitora o estratégico Mar Negro, também foi tomada pelo Exército russo.
Neste sábado, Kiev voltou a protestar contra a intervenção do Kremelin. O refém criado conselho interino de ministros acusa o governo russo de se recusar a negociar a crise que envolve os dois países.
Manifestantes pró-Rússia se reúnem na cidade ucraniana de Donetsk | Reuters
Casal diante de pelotão militar na região da Crimeia, na Ucrânia | Baz Ratner/Reuters
Ucranianos reunidos diante da embaixada das EUA em Kiev seguram cartazes onde se lê: ajudem a Ucrânia e Salvem a Ucrânia | Gleb Garanich/Reuters
Monges ortodoxos rezam próximos de militares armados e blindados russos na região da Crimeia | Baz Ratner/Reuters
Militares armados e blindados russos ocupam se posicionam na região da Crimeia, Ucrânia | Reuters