O presidente foragido da Ucrânia foi indiciado nesta segunda-feira por “assassinato em massa” por causa das mortes de manifestantes, ao mesmo tempo que os novos líderes em Kiev buscam ajuda do ocidente para compensar a perda do financiamento da Rússia, que ficou irritada com a deposição de seu aliado.
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Moscou disse que não negociaria com os ucranianos que lideraram um “motim armado” contra Viktor Yanukovich, que foi eleito em 2010. E declarou que a vida dos cidadãos russos estavam sob ameaça, principalmente ao leste da Ucrânia e na Criméia, no Mar Negro.
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Enquanto a Rússia deixou claro que os US$ 15 bilhões do pacote de empréstimos e as ofertas de gás barato estavam em perigo, a União Europeia e os Estados Unidos ofereceram ajuda financeira urgente para um novo governo que pode ser formado nesta terça.
A União Europeia entrou em contato com os Estados Unidos, Japão, China, Canadá e Turquia para coordenar ajuda para a Ucrânia, disse um funcionário da UE.
O ministro do Interior em exercício disse que o presidente deposto faz parte agora da lista de procurados e que tinha sido visto por último em Balaclava, na Crimeia, perto da base naval russa de Sebastopol.
“Um inquérito oficial sobre o assassinato em massa de cidadãos pacíficos foi aberto”, escreveu Arsen Avakov no Facebook, referindo-se às mortes de 82 manifestantes em dois dias de derramamento de sangue em Kiev, na semana passada. “Yanukovich e outras pessoas responsáveis por isso foram declaradas procuradas.”
Yanukovich, de 63 anos, deixou a capital Kiev de helicóptero na sexta-feira. Desde então, ele tem viajado bastante com seu chefe de administração, Andriy Klyuev, primeiro de Kiev a Kharkiv, no leste, e depois para seu refúgio em Donetsk, onde guardas de fronteira o impediram de deixar o país. Em seguida, ele foi para a península de Crimeia.
Principal problema da Ucrânia é a economia, diz Lilit Gevorgyan, analista sênior do IHS Jane’s Insight
Com o presidente Viktor Yanukovich procurado pelas autoridades, e sem acordo sobre o futuro do país, a Ucrânia enfrenta uma potencial divisão entre as partes pró-europeia e pró-russa. Mas, segundo Lilit Gevorgyan, analista sênior do IHS Jane’s Insight, é a economia em implosão do país, não uma divisão política, o real perigo.
Lilit Gevorgyan, analista sênior do IHS Jane’s Insight, | Divulgação/IHS
A Ucrânia será dividida em dois agora?
Embora existam temores de a Ucrânia se dividir em duas partes e até mesmo a intervenção militar da Rússia em nome de Yanukovich, parece que os eventos têm progredido muito mais rápido e o poder se afastou do ex-presidente. Yanukovich ainda tem bolsões de apoio entre a população, mas para a sua volta seria necessário muito mais do que isso.
O que vai acontecer agora?
Na ausência de ajuda russa, as necessidades de financiamento externo imediatos da Ucrânia são fortes. A economia do país já foi atingida por crises antes da agitação política. Na verdade, o seu mau estado foi uma das razões por trás da decisão de Yanukovich escolher integração com a Rússia sobre a UE.