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Atentado no Afeganistão mata 3 da ONU e 1 do FMI

Um ataque suicida a um restaurante em Cabul, no Afeganistão, deixou pelo menos 21 pessoas mortas, incluindo três funcionários das ONU (Organização das Nações Unidas) e um do FMI (Fundo Monetário Internacional). Dos 21 mortos, 13 eram estrangeiros.

«A morte de três funcionários das Nações Unidas e de membros de outras organizações internacionais foi confirmada», disse o porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. «Estes ataques voltados contra civis são completamente inaceitáveis e estão em flagrante ruptura do Direito Humanitário Internacional», completou.

O FMI também se manifestou a respeito. «Acabamos de saber que o colega Wabel Abdullah, nosso representante residente no Afeganistão, morreu no atentado contra um restaurante em Cabul», declarou Christine Lagarde, diretora-gerente da entidade.

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Entre os mortos há dois cidadãos canadenses, de acordo com informações da cidade de Ottawa. Também estão entre as vítimas fatais dois britânicos, dois americanos, um libanês (dono do restaurante), um russo e um dinamarquês.

«Estávamos na cozinha quando, de repente, ouvimos uma grande explosão», disse Atiqullah, ajudante de cozinha do restaurante «A Taverna do Líbano». «Saímos pela porta dos fundos para o segundo andar. Nosso patrão desceu para ver o que estava acontecendo. Ouvimos alguns disparos e, depois, soubemos que tinha sido morto», acrescentou.

«Depois, a polícia nos levou de volta ao restaurante para identificarmos à vítimas. Identificamos três guardas que foram assassinados», relatou o jovem de 27 anos. «Havia sangue por todos os lados, nas mesas, nas cadeiras. Acho que os agressores atiraram nas pessoas a queima-roupa», disse.

Restaurante é popular entre afegãos e estrangeiros

A «Taverna do Líbano» é um restaurante muito apreciado pelos diplomatas, por trabalhadores humanitários e por outros expatriados que vivem na capital afegã. Ele ficava cheio às sextas-feiras, dia de descanso semanal no Afeganistão.

Assim como em muitos restaurantes da capital afegã, esse é protegido por um forte esquema de segurança. Os fregueses são revistados por dois guardas armados e devem passar por duas portas de aço antes de chegar à entrada.

Na manhã deste sábado, o letreiro do restaurante seguia intacto, afixado sobre os restos do que era a porta de entrada. Era possível ver nas imediações vários carros atingidos pela explosão.

O atentado foi reivindicado pelo porta-voz dos talibãs, Zabiullah Mujahid, por e-mail. Ele afirmou que o objetivo do ataque foi «vingar» a morte de civis afegãos nos confrontos ocorridos na quarta-feira na província de Parwan, ao norte de Cabul, entre os talibãs e as forças afegãs e da Otan.

«As forças invasoras lançaram um ataque brutal contra civis (…) e martirizaram e feriram 30. Este foi um ataque para vingá-los e fizemos da maneira correta, e vamos continuar fazendo», acrescentou Mujahid.

Após a explosão, comandos de elite bloquearam as ruas próximas ao restaurante e foram ouvidos disparos esporádicos. Os três agressores morreram no ataque. «Estava sentado com alguns amigos na cozinha, quando aconteceu a explosão», declarou Abdul Majid, um dos cozinheiros da taverna.

«Entrou muita fumaça na cozinha e, no início, achei que fosse um acidente, mas, em seguida, um homem entrou gritando ‘Allahu akbar!’ (Deus é grande), e começou a atirar», acrescentou.

«Um dos meus colegas foi atingido e caiu (depois morreria). Eu corri para a parte de cima do restaurante e pulei para a casa vizinha», contou. Com fraturas nas duas pernas, Majid foi hospitalizado.

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