O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou, nesta quarta-feira, que o dólar permanecerá cotado a 6,30 bolívares «durante todo o ano» de 2014, apesar do complicado panorama econômico, da inflação persistente e do pesado déficit fiscal. «Vamos manter o dólar a 6,30 durante todo este ano e por muito mais tempo, e também vamos fortalecer o Sicad [Sistema Complementar de Administração de Divisas]«, disse Maduro na Assembleia Nacional, durante a apresentação do relatório de sua gestão. «A Venezuela tem os recursos em divisas suficientes para manter [o bolívar] a 6,30, mas vamos aplicar sistemas complementares, que foram criados com o objetivo de derrotar o chamado dólar paralelo, que faz parte dos mecanismos perversos para perturbar nossa economia».
Desde 2003, a Venezuela aplica um duro controle cambial, com o dólar cotado a 6,30 bolívares e autorizado pela Cadivi (Comissão de Administração de Divisas) – que, na quarta-feira, foi extinta por Maduro – ou vendido a 11,30 bolívares em leilões do Sistema Complementar de Administração de Divisas. Segundo o presidente, o Cadivi será absorvido pelo recém-criado Centro Nacional de Comércio Exterior, que «reestruturará todos os mecanismos de acesso a divisas» e fortalecerá o sistema complementar Sicad, com o qual o governo continuará fornecendo dólares a distintos setores econômicos. «São dois sistemas que se combinam perfeitamente».
Paralelamente, Maduro anunciou que nas próximas horas sancionará a lei que estabelece o máximo de 30% de lucro para o comércio, e punições mais severas contra comerciantes que pratiquem preços excessivos.
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A Venezuela, país com as maiores reservas petroleiras do planeta, atravessa uma severa crise econômica, com uma inflação que, em 2013, atingiu 56,2%, um déficit fiscal de entre 15% e 18% do PIB e escassez de produtos básicos, entre outros problemas.
Maduro acusa setores ligados à oposição venezuelana e conservadores dos Estados Unidos e Colômbia de promover uma «guerra econômica» contra seu governo.