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Papa vai nomear novos cardeais nas próximas semanas

O papa assiste um malabarista do Golden Circus, ontem | Tony Gentile/reuters
O papa assiste um malabarista do Golden Circus, ontem | Tony Gentile/reuters

O papa Francisco deve nas próximas semanas tomar as decisões mais importantes do seu ainda curto período no comando da Igreja Católica, quando vai nomear novos cardeais, os chamados “príncipes da Igreja”, que vão ajudá-lo a determinar os caminhos que a religião vai tomar e vão no futuro escolher entre eles o seu sucessor.

A escolha de cardeais é um dos sinais mais claros da direção que o papa deseja dar à Igreja Católica e do tipo de homem que ele deseja que seja o seu substituto.

O papa Francisco, eleito em março passado, de imediato mudou a imagem do Vaticano com o seu estilo simples. Por causa disso, a sua decisão sobre os clérigos que virarão cardeais em 22 de fevereiro está sendo mais aguardada do que de costume.

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A expectativa é que o papa revele a sua escolha antes do fim de janeiro para que os preparativos para a cerimônia possam ser feitos, mas até agora poucos têm sido os rumores sobre nomes.

No passado, era quase certo os bispos das grandes dioceses ou aqueles no comando de departamentos do Vaticano tradicionalmente liderados por cardeais serem escolhidos pelo papa.

No entanto, Francisco, que abriu mão dos aposentos papais por um apartamento simples e trocou a Mercedes por um Ford Focus, tem dado pouca atenção a tradições.

Ontem, em mais uma indicação de como será o seu papado, Francisco quebrou o protocolo de segurança e deu carona a um padre argentino, Fabian Baez, que conhecia de Buenos Aires, no papamóvel.

“Ele vai se sentir bastante livre para escolher as pessoas que ele acha que devem estar nessas posições, sem se preocupar com a forma pela qual as coisas eram feitas antes”, disse o padre Antonio Spadaro, editor do jornal católico Civilta Cattolica.

Título ganha novas regras 

O papa Francisco, em sua mais recente tentativa de simplificar a hierarquia da Igreja Católica, restringiu o número de padres que podem receber o título honorífico de “monsenhor”.

A Rádio Vaticano disse nesta terça-feira que uma diretiva havia sido enviada aos bispos católicos de todo o mundo descrevendo as novas regras para os sacerdotes diocesanos.

A partir de agora, o título honorífico só pode ser dado a padres com pelo menos 65 anos de idade, e, portanto, já tenham uma vida de serviço à Igreja.

Até agora, os bispos podiam pedir ao Vaticano para conferir o título a sacerdotes com mais de 35 como uma distinção do restante do clero.

Expectativa é de mudança no colégio

Há atualmente 14 vagas no Colégio de Cardeais para “cardeais eleitores”, os que votam para eleger o papa. As regras da Igreja limitam em teoria o número de cardeais eleitores em 120. No entanto, o papa pode decidir mudar ou mesmo acabar com tal regra.

De qualquer forma, como dez cardeais que agora são eleitores vão passar dos 80 anos em 2014, Francisco poderia nomear 24 cardeais eleitores até o fim do ano.

Além de poder mudar o perfil liberal-conservador do Colégio e escolher religiosos que ele aprecia, o papa pode também mudar a composição do grupo por regiões do mundo.

No conclave que o elegeu em março passado, 60 cardeais eram da Europa, apesar de o continente ser o mais atingido pela perda de fiéis. A Itália tinha sozinha 28. Havia somente 19 cardeais da América Latina, a região com a maior população católica.

Francisco, antes arcebispo Jorge Maria Bergoglio de Buenos Aires, é o primeiro papa latino-americano e o primeiro não europeu em 1.600 anos.

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