Para a presidente Dilma Rousseff, a denúncia de espionagem pelo Canadá no Ministério de Minas e Energia “confirma as razões econômicas e estratégicas por trás de tais atos”. Dilma fez declarações sobre o tema na manhã desta segunda por sua conta no Twitter. “O Itamaraty vai exigir explicações do Canadá”, afirmou a presidente.
No domingo, novos documentos foram revelados e mostraram que o ministério foi alvo de espionagem pelo Canadá. Os papéis foram entregues pelo ex-agente Edward Snowden ao jornalista Gleen Greenwald, do jornal britânico “The Guardian”. Os telefones, os e-mails e o uso da internet teriam sido mapeados com detalhes pela Agência de Segurança Canadense.
“Embora o Ministério tenha bom sistema de proteção de dados, determinei ao ministro Lobão uma rigorosa avaliação e o reforço da segurança desses sistemas”, disse Dilma na rede social.
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Assim como em discurso na ONU, a presidente disse que “a espionagem atenta contra a soberania das nações e a privacidade das pessoas e das empresas”.
Dilma observa que a denúncia partiu de arquivos retirados pelo ex-analista Edward Snowden, que “estava empregado havia só 3 meses na empresa que prestava serviços à NSA [agência de segurança dos Estados Unidos]”. “Tudo indica que os dados da NSA são acessados pelos cinco governos [aliados aos EUA] e pelas milhares de empresas prestadoras de serviços com amplo acesso a eles. É urgente que os EUA e seus aliados encerrem suas ações de espionagem de uma vez por todas. Isso é inadmissível entre países que pretendem ser parceiros. Repudiamos a guerra cibernética”.
Lobão
Após a denúncia de que dados do Ministério de Minas e Energia foram obtidos pelo governo canadense, o chefe da pasta, Edison Lobão, disse, em nota, que já pediu reforço dos seus sistemas de informação e uma avaliação do que possa ter sido objeto de espionagem.
No domingo, novos documentos foram revelados e mostraram que o ministério foi alvo de espionagem pelo Canadá. Os papéis foram entregues pelo ex-agente Edward Snowden ao jornalista Gleen Greenwald, do jornal britânico “The Guardian”. Os telefones, e-mails e uso da internet teriam sido mapeados com detalhes pela Agência de Segurança Canadense.
Na nota, Lobão também manifestou seu repúdio à ação, lembrando a fala da presidente Dilma Rousseff à ONU (Organização das Nações Unidas) dizendo que a espionagem é uma “afronta aos princípios que devem reger as relações entre os países”.
Leia a íntegra da nota do ministro de Minas e Energia:
“A presidente Dilma Rousseff já manifestou, com clareza, a indignação do seu governo e de todo o povo brasileiro com a espionagem praticada contra o Brasil. Trata-se, como afirmou em discurso na assembleia da Organização das Nações Unidas, no dia 24 de setembro, de ‘uma prática que fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre os países’.
A invasão dos sistemas de comunicação e de armazenamento de dados do Ministério de Minas e Energia é grave na medida em que sugere a tentativa de obtenção de informações estratégicas relacionadas com as áreas de atribuição da pasta, e merece o nosso repúdio.
Embora o Ministério de Minas e Energia tenha sistemas de proteção de dados considerados entre os mais seguros, e a maioria de suas informações seja de domínio público, estou determinando rigorosa avaliação e reforço desses sistemas e a análise do que possa ter sido objeto de espionagem.
EDISON LOBÃO
Ministro de Minas e Energia”
Dilma
Em agosto, dados liberados por Snowden mostraram que a presidente Dilma Rousseff e seus assessores eram vigiados pela NSA, a Agência de Segurança dos Estados Unidos. As denúncias fazem referência a um documento atribuído à agência, segundo o qual comunicações da presidente Dilma Rousseff foram monitoradas, assim como as do mexicano Enrique Peña Nieto, então candidato à presidência.
Por causa da suspeita de espionagem, a presidente adiou a viagem que faria aos Estados Unidos este mês.
Petrobras
Após vir à tona que a presidente Dilma Roussef era alvo dos norte-americanos, foram divulgadas informações de que a NSA também espionou e levantou informações sobre a Petrobras. A revelação só foi possível a partir de documentos vazados pelo ex-agente da CIA Edward Snowden, atualmente exilado em Moscou, na Rússia.