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Obama agirá na Síria no ‘melhor interesse’

O presidente americano, Barack Obama, vai atuar na Síria no «melhor interesse» dos Estados Unidos, independentemente da decisão do Parlamento britânico de rejeitar uma intervenção militar, informou uma fonte oficial.

«Os Estados Unidos continuarão a consultar o governo britânico, um de seus aliados e amigos mais próximos», mas «as decisões do presidente Obama serão guiadas pelo melhor interesse do país», declarou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Caitlin Hayden.

Obama «pensa que interesses cruciais dos Estados Unidos estão em jogo e que os países que violam as normas internacionais sobre armas químicas devem prestar contas».

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O Parlamento britânico rejeitou nesta quinta-feira a proposta do governo de David Cameron que abria caminho para uma ação militar contra o regime sírio pelo uso de armas químicas.

«Está claro que o Parlamento britânico, refletindo a opinião pública, não quer uma ação militar» contra a Síria, disse Cameron após a votação.

No debate, houve muitas referências à invasão do Iraque em 2003, que terminou com a queda de Saddam Hussein, mas sem que houvesse provas da existência de armas de destruição em massa que serviram de justificativa para uma ação dada pelo então primeiro-ministro, Tony Blair.

Cameron admitiu não estar totalmente convencido de que o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, foi responsável pelo ataque químico de 21 de agosto. «Não há 100% de certeza».

O porta-voz da presidência americana Josh Earnest já havia informado que Obama se reservava o direito de agir de forma unilateral contra o regime sírio para castigá-lo pelo uso de armas químicas, sem esperar a decisão da ONU ou de aliados como a Grã-Bretanha.

Obama, que na quarta-feira evocou uma «advertência» necessária ao governo de Bashar al-Assad, dará prioridade aos interesses dos Estados Unidos para decidir que ações adotará, disse Earnest.

«O presidente deve, antes de tudo, prestar contas aos americanos que o elegeram para protegê-los. E o presidente está firmemente convencido de que a chave desta situação são as medidas necessárias para proteger nossos interesses básicos de segurança nacional», acrescentou o porta-voz.

Marie Harf, porta-voz do departamento de Estado, classificou as consultas internacionais sobre a Síria como «extremamente importantes», mas advertiu: «tomamos nossas decisões seguindo nossa própria agenda».

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que têm direito a veto, se reuniram nesta quinta para tratar da crise provocada pelo uso de armas químicas na Síria, mas não houve avanços – disseram fontes diplomatas consultadas pela AFP.

Os especialistas da ONU em armas químicas coletaram uma grande quantidade de elementos na Síria e farão um primeiro «informe oral» ao secretário-geral Ban Ki-moon logo que voltarem. Já as conclusões finais deverão esperar pelas análises que serão feitas na Europa – informou um porta-voz nesta quinta.

Segundo fontes oficiais, os serviços secretos americanos trabalham em um relatório que não deixará dúvidas sobre a utilização de armas químicas contra civis por parte do regime de Assad.

Obama, que criticou energicamente a intervenção militar no Iraque, liderada pelo então presidente republicano, George W. Bush, pensa que a situação na Síria representa uma ameaça à segurança nacional porque atenta contra os interesses de seus aliados regionais.

Os colaboradores do presidente democrata insistem que se trata de uma ação punitiva «limitada» contra a Síria e rejeitam comparações com a invasão do Iraque, baseada em informações equivocadas sobre armas de destruição em massa de Sadam Hussein.

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