O Egito amanheceu nesta quinta-feira em um clima de relativa e precária calma após a primeira noite de toque de recolher, relata o colunista da BandNews FM Milton Blay. A medida foi decretada ontem pelas autoridades em resposta aos violentos distúrbios que causaram mais de 500 mortes e deixaram milhares de feridos em todo o país, de acordo com as autoridades. Mas, segundo Blay, a Irmandade Muçulmana fala em 5 mil mortos e pelo menos 10 mil feridos em todo o Egito.
“Na verdade, a noite não esteve isenta de incidentes em várias regiões. No Sul do país, pelo menos duas pessoas foram assassinadas. No Norte do Cairo, três mortes”, aponta Blay.
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Por conta dos distúrbios em todo o país, as autoridades egípcias decretaram estado de emergência e toque de recolher das 19h às 6h. “Ele, porém, foi iniciado com um atraso de duas horas na primeira noite”, afirma o colunista.
“Agora pela manhã, o Egito anunciou o fechamento da passagem de Rafah, que liga o Egito à faixa de Gaza”, informa o colunista. Comércios e bancos permanecem fechados nesta quinta-feira.
Os conflitos generalizados começaram após a operação policial para desmontar os acampamentos da Irmandade Muçulmana em duas praças do Cairo. “Depois do início dela, a Irmandade convocou seus partidários para que saíssem às ruas de todo o país, fato que desencadeou intensos confrontos entre opositores do líder deposto Mursi”.
Houve ainda um incêndio, provavelmente intencional, provocado na sede do ministério das Finanças do Egito. A biblioteca de Alexandria também foi atacada por homens armados. Cerca de 22 igrejas – sete delas católicas – teriam sido ocupadas e atacadas por membros da Irmandade Muçulmana.
A Irmandade já lançou um novo apelo nesta manhã sobre uma manifestação que deve acontecer a partir da tarde.
A comunidade internacional tenta agir de alguma forma. A Turquia pediu uma reunião de emergência da ONU (Organização das Nações Unidas). Em Paris, o presidente francês François Hollande convocou o embaixador do Egito. “Na Europa, os países têm aconselhado os cidadãos a evitarem viagens programas ao território egípcio”.