A ideia de comer insetos pode parecer nojenta para muitas pessoas, mas já tem gente planejando um futuro no qual os bichos estejam integrados ao cardápio diário. Uma dessas mentes visionárias é a da designer industrial Katharina Unger. Ela criou um dispositivo que permite a criação doméstica de larvas de mosca para alimentação.
As larvas são colocadas em uma câmara na parte superior do aparelho, onde se desenvolvem em moscas adultas. Depois, vão para um compartimento maior, acasalam e produzem novas larvas, que amadurecem e caem em um “pote de colheita”. Katharina falou ao Metro sobre a invenção.
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Os insetos são bons para a alimentação humana?
Sim. Eles contêm grande quantidade de proteínas, aminoácidos e cálcio. Além disso, podem ser criados de forma sustentável. Alguns, como as larvas que usei no projeto, podem ser alimentados com resíduos biológicos e têm, portanto, uma produção muito eficiente.
De onde surgiu a ideia da ‘fazenda doméstica’?
Foi meu projeto de graduação. Comecei a pesquisar sobre agricultura industrial em geral. Eu senti que só poderia fazer alguma coisa com fontes alternativas de alimentos, caso contrário, eu iria acabar contribuindo para o atual sistema, disfuncional. Cheguei aos insetos e descobri que as larvas da mosca soldado negra atendiam aos meus propósitos.
E que gosto elas têm?
Um pouco de carne, um pouco de nozes. Elas são mais consistentes por fora e macias por dentro. Quando você as cozinha, cheiram um pouco como batatas. Elas têm um gosto bom!
Alguma vez você já tentou servir um jantar com três pratos utilizando somente as larvas como fonte de proteína?
Sim. Fiz um jantar que tinha sopa de larvas de entrada, tortellini de larvas como prato principal e larvas ao chocolate de sobremesa.
Já tentou colher outros insetos?
Não. Minha pesquisa me levou à mosca soldado negra, devido ao seu ciclo de vida e outras vantagens. Nunca estudei a colheita com outros, mas já comi gafanhotos e grilos.