Washington voltou a pedir à Rússia, nesta quarta-feira, que devolva aos Estados Unidos o ex-consultor de inteligência Edward Snowden, considerado foragido, para que ele seja levado a julgamento.
O secretário de Estado americano, John Kerry, telefonou para o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, depois que circularam informações de que a Rússia tinha concedido permissão a Snowden para deixar a área de trânsito do aeroporto de Moscou e entrar no país, formalmente, após quatro semanas no limbo.
«Ele (Kerry) reiterou nossa crença de que Snowden precisa ser devolvido aos Estados Unidos, onde será submetido a um julgamento justo», declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.
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Kerry também disse a Lavrov que Snowden «recebeu três acusações criminais, que ele não é um ativista dos direitos humanos. Ele é alguém que foi acusado de vazar informação sigilosa e que a Rússia ainda pode fazer a coisa certa e facilitar sua volta».
Embora Washington ainda esteja «procurando se atualizar sobre o status exato» do paradeiro de Snowden, «qualquer movimento que lhe permita deixar o aeroporto será profundamente decepcionante», disse Jen aos repórteres.
Segundo ela, o governo americano acredita que o ex-analista ainda esteja na área de trânsito do aeroporto da capital russa, onde se encontra desde 23 de junho.
Mais cedo, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse aos jornalistas a bordo do avião presidencial: «Estamos buscando clareza das autoridades russas sobre o status de Snowden e qualquer mudança nesse status. Ele foi acusado de crimes sérios pelo vazamento não autorizado de informação altamente sigilosa», frisou, ressaltando que «Snowden deveria ser expulso e devolvido aos Estados Unidos».
Nesta quarta, chegaram de Moscou informações contraditórias sobre se Snowden seria autorizado a deixar a área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo. Ele teria recebido uma permissão do governo russo para cruzar a fronteira, mas seu advogado negou que isso tenha acontecido.
Jen Psaki lembrou que, no passado, os Estados Unidos contribuíram com os pedidos de Moscou por cidadãos russos em solo americano, afirmando: «Não temos um tratado formal de extradição, como vocês sabem, com a Rússia, mas devolvemos várias centenas, eu acho, de indivíduos para a Rússia».
Ao ser questionada sobre quem foi extraditado para Moscou e quando, a porta-voz disse não poder ser mais específica e prometeu dar detalhes posteriormente.