O Honda Fit é espaçoso, discreto e dotado de conjunto mecânico mediano. É tudo que um carro familiar de uso em ciclos urbano e rodoviário deveria ser. Contudo, por não ser considerado (ou chamado de) SUV não impressiona muita gente que anseia por um veículo cheio de predicados. A Honda, esperta, fez uns ajustes finos no Fit, colocou umas plumas e paetês e voilá. Lançou o WR-V, intitulado utilitário esportivo, nomenclatura muito mais romântica que monovolume. E eis uma definição que se aplica ao Fit: pragmatismo.
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O visual é extremamente racional. Tão racional que, na linha 2018, o veículo teve a largura do para-choques traseiro aumentada. Uma correção. Tal foi feito para evitar os constantes choques na tampa do porta-malas. Dessa forma, com uma protuberância, o condutor se preocupa muito menos com os usuais “beijinhos”. Se suas linhas não são um primor de beleza, pelo menos não são discordantes.
A grade dianteira tem novo desenho e os faróis são totalmente em LED. Mesmo assim, a identidade do veículo foi mantida. A harmonia e a discrição são tão nipônicas que agradariam até mesmo os olhos de Akihito, Imperador do Japão, que ascendeu ao trono no fim da década de 1980.
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As maiores mudanças do Honda Fit, contudo, não se deram no design. O monovolume ganhou controle de tração e assistente de partida em rampa, cortesias do pacote de assistência à direção. As lanternas alertam ao condutor do veículo de trás quando uma frenagem emergencial é realizada. O monovolume também recebeu luzes diurnas e ar-condicionado digital. Para completar, na versão testada, o Fit conta com airbags laterais e de cortina. É seguro, como um carro deve ser.
Outra novidade do Honda Fit é o sistema de infotenimento. A tela de 7” tem boa definição, conectividade com Android Auto e Apple CarPlay e navegação integrada. Comandos se fazem presentes no volante. Todos à mão. Mesmo. O condutor não tem dificuldades para trabalhar com a central multimídia. É bom, claro, frisar que a ergonomia é um trunfo. A coluna de direção tem ajuste de altura e profundidade, o volante tem excepcional pega, aletas agora estão disponíveis para trocas manuais e o banco do motorista conta com regulagem de altura. Pessoas acima de 1,80 m terão um pouco de dificuldade apenas por conta do assento pequeno, mas nada que não deixe um pragmatista boquiaberto. Carros têm de ter boa ergonomia, correto? O Honda Fit, ao menos, tem.
Quanto ao conjunto mecânico, foi acertada a decisão da fabricante de seguir a mesma receita. A unidade testada vem equipada com motor 1.5, que gera 116cv de potência a 6.000 rpm e 15,3 kgfm de torque a 4.800 quando abastecido com etanol, e transmissão automática do tipo CVT. O conjunto garante desempenho comedido, sem sobras. Quando exigido, com uma pisada mais vigorosa no acelerador, há certa demora na resposta. Além disso, o berro invade o habitáculo mesmo com o bom isolamento acústico. Agruras do câmbio CVT.
A suspensão, como de praxe, é bastante firme. Também pudera: o monovolume é alto. Apesar de transferir as imperfeições do solo, não chega a passar desconforto aos ocupantes. Nas curvas a carroceria não tem muita rolagem e dá para o condutor entrar mais forte sem ter de passar apertos. Caso queira um pouco mais de emoção, o motorista pode acionar o modo esportivo. Tal eleva as rotações do motor, garantindo melhor comportamento nas retomadas. Ah! A Honda disse que a caixa de direção passou a ter respostas mais rápidas. No entanto, há de se ter uma sensibilidade absurda para notar a diferença ante ao predecessor. Contudo, é notória a capacidade acima da média do monovolume nas manobras e a progressividade da direção foi feita sob medida.
O Honda Fit tem uma grande sacada que jamais deve ser mudada. Apenas aperfeiçoada. O sistema modular dos bancos é o grande trunfo do monovolume. O encosto é rebatido a fim de formar única plataforma e fazer com que o veículo transporte mais “cositas”. Só que o modelo não é um furgão. É bom atentar para a capacidade de carga útil. A versão testada leva apenas 344 kg. Mas a modularidade é bem pragmática. É eficaz e ajuda bastante. A peça de plástico da tampa do porta-malas e sua abertura são incômodas, mas ao menos “forçam” o proprietário a ler o manual do veículo e, por conseguinte, dar uma boa fuçada no automóvel.
Ficha técnica
Motor: Quatro cilindros em linha, bicombustível, 1.497 cm³ de cilindrada
Potência: 116 cv de potência quando abastecido com etanol e 115 cv (gasolina) a 6.000 rpm
Torque: 15,3 kgfm (e) e 15,2 kgfm (g) a 4.800
Transmissão: automática do tipo CVT; tração dianteira
Direção: assistida eletricamente, do tipo pinhão e cremalheira
Freios: disco ventilados na dianteira e a tambor na traseira
Suspensão: McPherson na dianteira e barra de torção na traseira
Peso: 1.148 kg/ 1.176 kg
Carga útil: 372 kg/ 344 kg
Tanque de combustível: 45, 3 litros
Dimensões: 4,09 m de comprimento, 1,69 m de largura, 1,52 m de altura e 2,53 m de entre-eixos
Consumo: 8,3 km/l (e) e 12,3 km/l (g) na cidade; 9,9 km/l (e) e 14,1 km/l (g) em ciclo rodoviário
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