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Prevenção contra covid-19 derruba casos de outras doenças respiratórias

Medidas para conter o avanço da doença, como o uso de máscara e distanciamento social, fizeram o número de casos e óbitos de Síndrome Respiratória Grave Aguda causada por outros vírus despencar no país

Em meio à pandemia do coronavírus que já deixou mais de 150 mil mortos no Brasil, dados da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostram que os cuidados que a população está tomando para conter o avanço da covid-19 fizeram o número de casos e óbitos causados por doenças respiratórias despencarem no país.

Em 2019, o Brasil registrou 5.721 casos e 884 mortes por SRGA (Síndrome Respiratória Aguda Grave) causada por outros vírus. Neste ano, até a primeira semana deste mês, os números atingiram 1.691 e 186 (veja mais detalhes ao lado). De acordo com análise da Fiocruz, a tendência é que o Brasil feche 2020 com diminuição bem acentuada.

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Para especialistas, a redução de casos e mortes está diretamente ligada às medidas que foram adotadas este ano no combate à covid-19, como utilização de máscaras, higienização frequente das mãos e distanciamento social durante a quarentena.

“Existe uma família enorme de vírus em que a transmissão é parecida com a do coronavírus, por gotículas no ar ou pelo contato direto com outras pessoas e superfícies contaminadas”, explicou o infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Álvaro Furtado.

“Quando a população é estimulada a tomar essas medidas de proteção, a consequência é diminuir a propagação dos outros vírus respiratórios”, completou.

Uma das explicações para o vírus da covid-19 (Sars-CoV-2) não seguir o mesmo padrão da queda acelerada dos outros é a sua alta taxa de contágio, característica que surpreendeu o mundo no início da pandemia.

‘Vamos aprender com tudo isso’

Na análise da infectologista Raquel Muarrek, a população poderá aprender com a queda nas mortes por doenças respiratórias a partir das medidas tomadas contra a propagação do coronavírus. 

“Mesmo com a diminuição, o número ainda é alto. É que neste ano as atenções foram voltadas para a covid-19. Mesmo após a pandemia, não vamos deixar de ter esses vírus circulando, como o da Influenza. A gente precisa aprender que essas medidas tomadas agora vão ajudar a diminuir ano após ano a frequência dos outros quadros respiratórios”, disse.

Ela também explica que esse é um costume em países orientais, onde a utilização da máscara era comum mesmo antes da pandemia do novo coronavírus. “O uso da máscara sempre foi indicado para quem está doente. No Oriente, por exemplo, isso já é uma rotina, mas não é comum no Brasil e em outros países do Ocidente. O uso da máscara é uma conduta para proteger o próximo.”  

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