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Pior recessão da história: PIB brasileiro cai 9,7% no segundo trimestre

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro tomou seu pior tombo da história no trimestre passado, marcado pela paralisação da economia por conta da pandemia do novo coronavírus.

O índice que sinaliza a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país registrou queda de  9,7% no segundo trimestre do ano na comparação aos três meses anteriores. Quando a análise é sobre o mesmo período do ano anterior, a redução alcança 11,4%. Em ambas as comparações, é o pior resultado desde o começo da série histórica iniciada em 1996.

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Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre de 2020 totalizou R$ 1,653 trilhão. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado coloca a economia brasileira oficialmente em recessão, caracterizada por dois trimestres consecutivos de encolhimento do nível de atividade. No trimestre anterior, o PIB já havia ficado negativo em 2,5%, após quatro períodos positivos em 2019.

Entre os segmentos, a maior queda foi na indústria (-12,3%), seguida por serviços (-9,7%). A agropecuária surpreendeu com variação positiva de 0,4%, impulsionada principalmente pelas altas no café, arroz e soja.

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, afirma que o isolamento social teve papel importante na retração do PIB. “A queda é influenciada principalmente pelos serviços, que representam três quartos da economia, e pela queda no consumo das famílias, que pesa mais ou menos dois terços da economia. Dentro dos serviços, o que mais caiu foram os prestados para as famílias, como hotéis, restaurantes, bares, academias, salão de beleza. E o consumo foi afetado negativamente pelo desempenho ruim do mercado de trabalho, pelo isolamento social e pelas restrições de funcionamento de algumas atividades.”

Na análise da pesquisadora, o resultado brasileiro poderia ser pior se não fossem o aumento do crédito para as famílias e os auxílios governamentais.

Para o governo federal, a retração de 9,7% do PIB é menor que a projeção do mercado, de -9,2%, e está abaixo da registrada em países emergentes como o Brasil, a exemplo de Chile e México.

Em nota informativa divulgada ontem pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, o governo relaciona a melhora nas projeções ao “sucesso das políticas econômicas que limitaram a deterioração do mercado de trabalho, manteve a estrutura produtiva e garantiu renda para as famílias mais pobres”.

Economistas preveem melhora

O PIB (Produto Interno Bruto) deve apresentar taxas melhores até o fim do ano. A opinião é do economista e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Gesner Oliveira, em entrevista à Rádio Bandeirantes. Ele avalia como positivas as expectativas para o terceiro e quatro trimestres.

Apesar do otimismo, o especialista acredita que ainda há incertezas políticas que desfavorecem o cenário econômico, como o futuro do programa Renda Brasil e de reformas, incluindo a tributária. Para Gesner Oliveira, o governo federal deveria priorizar a reforma administrativa, cortando gastos do próprio estado. “Isso aliviaria as contas públicas e otimizaria a distribuição de verba para programas sociais e de crédito às médias e pequenas empresas.”

O economista e colunista da BandNews FM José Roberto Mendonça de Barros acredita que o cenário vai melhorar, considerando resultados positivos da construção civil e agricultura já neste trimestre.

O economista avalia que o ano de 2021 terá um crescimento moderado, com retomada lenta do PIB, não devendo ultrapassar os 2%, apesar da previsão de 3,2% do governo federal.  publimETRO

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