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Turismo pós-pandemia deve movimentar o litoral

Viagem. Secretaria de Turismo acredita que paulistas vão retomar viagens apostando em trajetos de até três horas feitos pelas estradas

Luis Alvarenga/Getty Images

Viagens mais curtas, realizadas de carro ou ônibus, devem tornar destinos como Baixada Santista e Litoral Norte os queridinhos de quem não vê a hora de colocar o pé na estrada no pós-pandemia.

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Esta é a aposta da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, que realizou estudo para mapear as possíveis rotas dos paulistas com base em pesquisas nacionais e internacionais.

E se a participação do litoral deve crescer no futuro das viagens, a capital deve ser a maior prejudicada pelas medidas de isolamento trazidas pela covid-19.

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Isto porque a cidade de São Paulo, principal destino turístico do país, era movimentada principalmente por atividades comerciais vinculadas a aglomerações, como feiras, comércio popular, convenções e grandes eventos culturais.

Em entrevista exclusiva ao repórter da Rádio Bandeirantes Lucas Herrero, o secretário do Turismo no estado, Vinícius Lummertz, explica que a demora para a capital sair do platô de casos da doença prejudicou a retomada do turismo. O platô é o estágio em que se alcança o pico de registros do vírus, seguido de estabilização dessas notificações.

“Foi feito uma projeção de que os eventos sentados poderiam estar de volta até o final de julho. Mas dependia da posição da prefeitura. Para eventos em pé, como feiras, obedecendo protocolos sanitários e com corredores mais amplos, a abertura seria 12 de outubro.  Porém, com o condicionante de que a gente estivesse na fase verde. O problema é que estamos há muito tempo nesse platô”, analisou.

Por conta da situação, o estudo prevê que a cidade de São Paulo, que no pré-pandemia respondia por 31,6% da participação do turismo no estado, passe para 26,2%. Mesmo com a queda, a capital deve manter o posto de principal destino do país.

Quem verá aumentar o fluxo de turistas no estado será a Baixada Santista, que saltará da participação de 18,2% no movimento de turistas para 20,1%, e a região do Litoral Norte e Vale do Paraíba, de 15,5% para 17,1%.

“Os turistas da Grande São Paulo vão privilegiar viagens de curta distância, que é a grande tendência daqui para frente. Viagem de três horas e prioritariamente terrestre”, disse o secretário.

O estudo vê impulsionamento também para o interior e litoral motivado por viajantes em busca de isolamento, consumindo basicamente acomodação, e pelo chamado “turismo de segunda residência” durante a pandemia. O mapeamento da Secretaria de Turismo não leva em conta estadias de 24 horas, o chamado “bate e volta”, utilizado principalmente para deslocamentos curtos ao litoral pela população da Grande São Paulo

Apesar das variações na participação, o estudo prevê ano ruim para todos. A estimativa é que o movimento caia 34,6% em 2020 na comparação com 2019. De acordo com a Secretaria de Turismo, o setor cortou durante a pandemia 120 mil vagas de trabalho, que devem ser repostas apenas no segundo semestre de 2021.  

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