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Nunca antes na história passamos tanto calor

Recorde. A década de 2010 foi considerada por cientistas a mais quente da história. O Metro Jornal procurou entender o porquê

Spencer Platt/Getty Images

Ciclones, chuvas torrenciais, perda de gelo na Groenlândia e recorde de calor nos oceanos, tudo isso é um reflexo do aumento da temperatura terrestre que, entre os anos de 2010 e 2019, bateu recorde, segundos cientistas.

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O novo relatório publicado nesta semana pela Sociedade Americana de Meteorologia mostra que os últimos anos foram os mais quentes desde quando foram feitos os primeiros registros climáticos, no ano de 1800. O mês de julho do ano passado, por exemplo, foi o mais quente já observado no mundo. O estudo ainda demonstra que, desde 1980, os dados a cerca do aumento de temperatura seguem tendência histórica.

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“Cada década desde 1980 foi sucessivamente mais quente do que a anterior. A  mais recente, de 2010 a 2019, foi cerca de 0,2°C mais quente que a passada, entre 2000 e 2009”, diz o relatório.

Como um dos principais motivos que afetam a mudança de temperatura, segundo a publicação, está a concentração de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono e metano (veja a arte acima como funciona), que podem ser lançados ao ar por meio de indústrias, queimadas ou queima de combustíveis fósseis.

De acordo com Pedro Ivo Camarinha, doutor em Ciências do Sistema Terrestre e pesquisador do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Envio de Alertas de Desatres Naturais do Ministério de Ciência), a quantidade de partículas destes gases na atmosfera é algo nunca antes observado.

“Estamos em um momento de altíssima concentração de gases de efeito estufa, o que sugere que esse aumento de temperatura média global está acontecendo e continuará enquanto estes níveis não forem diminuídos”, diz o especialista ao explicar que é possível comparar a presença atual destas partículas em relação a milhares de anos atrás por meio de bolhas de ar contida nos gelos dos polos – camadas  capazes de armazenar substâncias absorvidas há muito tempo.

Camarinha explica que os índices atuais são resultados de muitas décadas e, mesmo que a produção destes gases de efeito estufa fossem zeradas pelos humanos, ainda demoraria mais de um século para que essas concentrações se estabilizem como no período pré-Revolução Industrial no século 17.


Com supervisão de Vanessa Selicani

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