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Parque Augusta ficará pronto até dezembro

Local onde será o parque Augusta Danilo Verpa/Folhapress

Um dos mais longos projetos em discussão de São Paulo, o parque Augusta, no centro, cujo primeiro esboço de se tornar área verde e pública data de 1970, deverá ter as obras concluídas com atraso, mas ainda as- sim até o fim de 2020.

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A afirmação é do prefeito Bruno Covas. “Até o fim do ano [o parque Augusta] sai. Parou por três meses por conta da suspeita de que ha- veria ali um cemitério indígena, mas até hoje não há nenhum laudo comprovando isso e as obras estão em andamento”, disse ontem em entrevista à rádio CBN.

A construção foi inicia- da em outubro do ano passado e a previsão de entrega era junho deste ano. A possibilidade de que o terreno guarde resquícios de sítio arqueológico não é nova, mas impactou no cronograma do projeto em janeiro, depois que o Iphan (órgão nacional de patrimônio) fez restrições sobre a movimentação de terra no local e exigiu que as obras tivessem acompanhamento especializado.

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Histórico

Os muitos obstáculos ao longo do tempo caracterizam o plano de criação do parque Augusta desde o início.

Localizado entre as ruas Augusta, Caio Prado e Marquês de Paranaguá, o terreno com 23 mil metros quadrados é um grande retângulo verde no meio de uma região coberta por concreto.

Do início do século 20 até o fim dos anos 1960, a área sediou o tradicional Colégio Des Oiseaux, de ordem religiosa. Com o fim da escola, o terreno foi vendido, seu antigo casarão foi demolido e os projetos de ocupação foram se sucedendo.

O espaço sediou shows musicais, virou estaciona- mento e recebeu planos de se tornar um hotel, depois um hipermercado e, por fim, um condomínio residencial, cujo projeto foi aprovado.

Nesse intervalo, a área foi tombada pelo patrimônio e chegou a ser decretada de utilidade pública pela prefeitura. Em paralelo, ativistas fizeram uma série de manifestações para que o terreno abrigasse um parque.

Só em abril do ano passa- do, com aval do Ministério Público, a prefeitura chegou em acordo com as duas construtoras donas da área e tomou posse do terreno.

Pelo acordo, uma ação judicial contra as empreiteiras foi extinta. As empresas pagaram indenização de R$ 9,8 milhões – que é investido na obra do parque – e receberam da prefeitura, em troca, o chamado TDC (Transferência do Direito de Construir) – que permite que transfiram para outro local o projeto que estava aprovado para a área.

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